terça-feira, 11 de novembro de 2008

E ele me levou pro buraco

O último fim de semana rendeu. Revisei, corri e fui pro buraco. Calma, eu explico. Tive que revisar um trabalho de conclusão de curso, normal, sem emoção nenhuma e poucos erros de português. Mas o mais legal do dia foi a corrida. Finalmente participei da primeira corrida da vida. Nada de normal, com muita emoção e muita dor.
Já nos treinos, há mais ou menos 1 mês, descobri que havia alguma coisa errada com o meu joelho, e no dia da competição senti o peso da idade (rsrs). Nos primeiros 15 minutos de corrida, tava tudo ótimo, mas quando diminuí o ritmo pra dar aquela caminhada (ainda não agüento correr 40 minutos sem parar, mas um dia chego lá) senti a fisgada. Minha vontade, sinceramente, era de pedir pra alguém da equipe de apoio (aqueles babacas que ficam gritando palavras e frases de incentivo) me levar até a linha de chegada de carro, de bicicleta ou no colo.
Mas me surpreendi com a minha força de vontade e perseverança. Algo me dizia que realmente sou mais forte do que eu imagino. Tirei a calma e a constância do âmago e fui até o final. Corri mais do que caminhei e fiz os 5 quilômetros em 42 minutos e 04 segundos. É um ótimo tempo pra uma quase balzaquiana que saiu do sedentarismo há apenas 3 meses e começou a treinar na esteira há pouco mais de 3 semanas.
Apesar da dor e de ter que ficar com gelo no local o domingo todo, curti muito. Tudo bem que em alguns momentos me senti muito sozinha, mas acho que faz parte. Afinal de contas, no fim a gente é sozinho mesmo.
Minha família, meu namorado e todos os amigos do mundo poderiam estar do meu lado nos momentos de fisgada, em que achei que iria desistir, que não faria muita diferença. Eu tinha mesmo que passar por isso sozinha. E não reclamo. Foi uma baita experiência legal.
O lance agora é ir ao médico e cuidar desse joelho pra continuar treinando e quem sabe um dia diminuir o meu tempo, ou melhor, fazer 10 km em 42 minutos. Vaaaaaaaaaaaaaaai flecha! (piada interna)
O terceiro programa que fez o final de semana render foi meu namorado me levar pro buraco, literalmente. É que ele foi convidado pra um projeto do metrô, aliás, ele não foi convidado foi “adotado” por um funcionário do metrô.
E no domingo, aí sim, ele foi convidado (com acompanhante) pra um café da manhã no CCO (Centro de Controle Operacional, ou algo assim), onde a gente conheceu a sala de controle do metrô, bem parecida com aquelas salas dos filmes de ficção onde os caras têm vários computadores com telões na parede e dali têm que proteger o mundo de alguma invasão alienígena. Tá, exagerei, mas é bem legal. Depois de vestir nossas botas de EPI e colocar os capacetes de peão de obra fomos pra estação Butantã.
Vimos como vai ficar a estação, com toda a nova tecnologia e os produtos de primeira linha que estão sendo usados nas obras. Tudo bem que essa parte foi um “merchan” bem do vagabundo, mas também foi legal. Talvez até coloque na minha casa as pastilhas e cerâmicas que eles nos mostraram lá.
Mas a parte mais legal do passeio foi parar no buraco. Você pode até achar programa de índio, afinal que graça tem entrar num buraco de 32 metros de profundidade por um lance de escadas que parece não ter fim, depois descer num elevador de carga tosco que mais parecia o elevador onde o cara do filme “O Albergue” descia e subia com corpos empilhados num carrinho, pra ver um monte de ferro, cimento e um túnel imenso?
Ah... Tem bastante graça. Eu pelo menos, me senti uma desbravadora. Com exceção dos empreiteiros, engenheiros e pessoas ligadas a essa obra, fomos as primeiras pessoas a verem pessoalmente como ficará a estação Butantã do metrô. E vai dizer que você nunca teve vontade de entrar num túnel desse? Ou será que só eu que viajo na maionese a esse ponto?
Principalmente naqueles dias em que o trem está tão lotado que a primeira posição em que você estiver é a que você permanecerá pelos próximos 50 minutos. Nessas horas dá vontade de pedir pra pararem a bagaça. “Moço, vou descer! Vou pelo túnel mesmo, é mais arejado e até parece o túnel do brinquedo do Playcenter, muito mais legal”.
Foi um fim de semana e tanto, cheio de emoção. Tenho que agradecer à minha irmã japa por ter me proporcionado momentos tão emocionantes, saudáveis e dolorosos e ao meu namorado por ter me levado pra ver o buraco. Muito obrigada!

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Hora de voltar

Mais um dia sem internet. Como diria Funérea: “ai que infortúnio”. Até tenho coisas que dá pra fazer sem a bendita, e tô fazendo. Enquanto escrevo um pouco aqui, também escrevo um pouco lá.
Mas resolvi por pra fora mais um pensamento meu porque tô com isso na cabeça há um tempão. Assisti a um filme, já faz tempo, “Hora de voltar”, que mexeu muito comigo. Aliás, vale a pena a dica, um filmão!
E tem uma cena muito marcante pra mim em que os protagonistas (o rapaz e a moçoila) estão conversando na piscina, e em certo momento da conversa ele pergunta pra ela se já teve a sensação de que a partir de uma fase da vida, sua casa, aquela que você morou com seus pais toda a sua existência, se transforma só no lugar que você usa pra guardar suas coisas.
Tô nessa fase também já faz um tempo. Sinto que a minha casa (que nem é minha) é só o lugar que uso pra dormir, comer e guardar minhas coisas. Aí você pode se perguntar: ué, mas ela quer mais o que?
Quero a minha casa, do meu jeito, com a minha cara, pra formar a minha família... Já tô bem crescidinha e o tempo tá passando! Não que eu esteja desesperada pra casar, por exemplo, não... Não chega a tanto. Tudo bem que a pressão da sociedade, da família, dos amigos e afins é muito grande na nossa cabeça, afinal, hoje em dia namorar 7 anos seguidos e não casar logo é um feito heróico. Mas não temos tanta pressa. Eu disse que não temos tanta pressa, isso não quer dizer que não temos grande vontade e já estamos nos preparando pra isso.
O problema é que tem dias que me sinto uma intrusa na casa que sempre morei desde que nasci. Sinto que sou uma hóspede apenas de passagem. Sinto que uso esse lugar pra guardar as minhas coisas, pra dormir e pra comer. Nesses dias, se eu já tivesse a oportunidade nas mãos, pegaria minhas coisas e sairia correndo pra minha casa.
Às vezes me sinto até culpada por pensar assim. Foram eles que me deram tudo e foi naquela casa que cresci, que aprendi, que vivi os melhores e piores momentos da minha vida. Foi lá que brinquei a minha infância com o meu irmão mais velho, na casa da árvore, na rede, na escada e na balança gigantesca do pinheiro. Foi lá que vi minha vó ser “atacada” tantas vezes pelo galo quando ia apanhar os ovos pra omelete de espinafre ou pro bolo de chocolate no fim da tarde. Foi lá que vi meu irmão rachar a cabeça e o nariz (rsrs). Foi lá que presenciei centenas de encontros familiares, churrascos e festas de aniversário inesquecíveis. Foi lá que recebi meus amigos da escola pra fazer aquela maquete pra aula de ciências. Foi lá que chorei e senti a falta da minha vózinha querida quando ela se foi. Foi lá que tive brigas homéricas com meu irmão mais novo e também foi lá que fizemos as pazes tantas vezes. Foi lá que ajudei a minha mãe a criar a minha irmãzinha (me sinto mãe dela também), foram muitas fraldas, muitas comidinhas na boca e presilhinhas no cabelo pra levá-la na escola. Foi lá que suspirei com o meu primeiro amor e chorei com a decepção de não tê-lo conquistado. Foi lá que eu me refugiei na época da faculdade quando me estressava com os trabalhos e projetos intermináveis. Foi lá que suspirei outras vezes, com outros amores e outras vezes também chorei. Foi lá que suspirei e ainda suspiro todos os dias por ter a certeza que encontrei meu grande e único amor.
Agradeço a Deus todos os dias por ter essa casa (mesmo não sendo totalmente minha) e por ter essas lembranças, que sei que levarei pra minha casa e pro resto da minha vida.
Por mais que me sinta um pouco culpada por querer ir embora, sei que meu prazo de validade tá se esgotando. 27 anos nas costas me lembram que é hora (aliás, tá passando da hora) de procurar “o caminho da roça”, de seguir meu rumo, de construir, finalmente, o resto da minha vida pelas minhas próprias pernas. Espero que seja ao lado do homem que escolhi pra dividir a estrada comigo.
E espero que um dia, quando estiver bem longe, eu sinta que é hora de voltar!

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

"Ensaio sobre a cegueira"

Diz o ditado que “o pior cego é aquele que não quer ver”. Acho que hoje, finalmente, entendi o verdadeiro sentido dessa frase. Assisti o tão criticado “Ensaio sobre a cegueira” de Fernando Meirelles. Belo filme. Aliás, deveria comentar aqui sobre os filmes que eu assisto, aí não ficaria tanto tempo sem escrever, já que assisto pelo menos 2 filmes por semana. Tudo bem que nem sempre foi assim, sempre tive preguiça ou faltava tempo ($$) pra alugar, mas como agora temos tv a cabo minha vida melhorou... E o fato de ter um namorado cineasta e cinéfilo (como eu) também ajuda muito.
Pois então, fomos assistir a adaptação do livro do Saramago. É impressionante como existem filmes que te tocam de uma maneira diferente né? Esse foi um deles.
Se ficou com vontade de ver, não crie grandes expectativas, ainda mais se você é uma daquelas pessoas preconceituosas com o cinema nacional. Tudo bem que esse filme é uma co-produção com o Canadá com estrelas “hollywoodianas” falando em inglês, mas o diretor é bem brasileiro, e dá pra perceber. O estilo Fernando Meirelles (que aliás é um grande diretor, podem falar o que for) é bem peculiar. Se quiser assistir esse filme vá ao cinema com a mente bem aberta e receptiva.
Já ouvi falar que ele tá se vendendo fazendo filmes em inglês. Que besteira! O cara é esperto oras. Quando se faz um filme brasileiro, mesmo que com estrelas internacionais, mas falado em inglês, se distribui com muito mais facilidade. Vi uma entrevista que ele deu pra Marília Gabriela e gostei ainda mais do cara. Despretensioso. Assim como o “Ensaio sobre a cegueira”. Despretensioso, mas com toda a pretensão de ser bom. E é.
Esse é um daqueles filmes que te dá um tapa na cara, se você deixa. Eu me deixei estapear e tirei grandes lições dessa história. Imagina? Se de repente as pessoas ficassem cegas? O mundo, como o vemos hoje, iria acabar. E as pessoas ficariam muito mais vulneráveis e ao mesmo tempo seguras na sua intimidade.
Mas uma das melhores coisas foi perceber que a verdadeira feiura, os olhos não conseguem ver.
“Quem ama o feio, bonito lhe parece”. Se todos fôssemos cegos esse ditado não existiria, porque se pudéssemos enxergar a verdadeira parte feia do outro (que não dá pra ver com os olhos), tenho certeza que também não existiria o amor. Ninguém ama o que é feio. Só aquilo que é bonito. E todo mundo quer ser e mostrar o que é bonito.
O triste é ver que num mundo feito só de aparências, a gente perde muita coisa fazendo esforço pra ver só o que nos parece bonito... Muita coisa passa por nossos olhos e ficamos cegos. Às vezes, tem coisa que salta aos olhos, mas não enxergamos. É triste.
Aliás, sentir tristeza também é feio. Num mundo feito só de aparências, além de ser feio ser feio, gordo e sincero, também é feio ser triste.
Putz... nem sei mais do que eu tô falando. Só sei que esse filme mudou muita coisa aqui dentro. Quando saí do cinema tive a impressão de que o que vi no filme ia acontecer de verdade, que eu iria ver todos ficando cegos. E não é que isso aconteceu mesmo?

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

A história desse amor

Acho que vale a pena contar aqui a histórinha de amor da minha vida. É que hoje comemoramos 7 anos do nosso primeiro beijo. Quem diria né? Que um beijo inocente daria nisso... Bom, o beijo não foi tão inocente assim, ele aconteceu cheio de segundas e terceiras intenções.
Começou num olhar. E nesse olhar eu me apaixonei e me derreti. Claro que não pensei isso na hora, mas sei que lá no fundo alguma coisa se acendeu, alguma coisa aconteceu aqui dentro e eu já sentia que seria um grande amor.
Me apaixonei no primeiro olhar, mas não sabia. Depois de alguns desencontros, encontrei, finalmente, a alma que procurava.


A histórinha começa quando o garoto (que atirava pra todos os lados, temos que admitir) finalmente começou a ver a garota com outros olhos. Ele tentava, dava indiretas mais do que diretas, provocava... E ela, correspondia. Timidamente, é claro, já que vivia o seu desencontro e não queria ferir os sentimentos do outro rapaz.
Até que um simples chocolate mudou tudo. O garoto ofereceu o mimo à garota, e ela não desperdiçou a oportunidade. Disse adorar chocolate e que com esse gesto ele merecia um beijo. No rosto. Mas se ele a trouxesse um bolo (enorme) de chocolate, aí sim, ele mereceria um beijo de verdade.
Depois dessa aposta-promessa (com testemunhas e tudo), a garota percebeu que já não tinha mais como escapar. O jeito era brindar o desencontro e deixá-lo pra trás. Deixar o outro rapaz ser feliz com quem realmente o amasse, afinal, a garota não o amava. A garota já tinha seu coração totalmente tomado pelo garotinho atirador.
Livre, ela pôde finalmente se dedicar ao seu novo objetivo. Conseguir o seu tão querido pedaço de bolo.
Ela espera esse bolo até hoje, mas o beijo, esse sim aconteceu. Depois de 5 horas de conversa, ela tomou a situação pra si, se encheu de coragem e o beijou. Um beijo, bom, cheio de carinho, de querer, de paixão, de segundas e terceiras intenções. Sinos não tocaram nesse momento, mas nem precisava.
O beijo foi maravilhoso, mas a garota ainda estava confusa com o seu desencontro. Não queria correr o risco de se desencontrar outra vez. Que boba.
Ela não sabia que quando o coração manda, a cabeça, coitada, vira refém. Mas mesmo assim, ela ainda tentou lutar contra o coração. Mas pra que?
Nem ela sabia.
Foram 10 meses. O garoto tentava de todas as formas conquistar e namorar a garotinha. E ela sempre se esquivava.
Até que um jogo de futebol e um pé quebrado mudaram todo o rumo da história. Com o pé quebrado o garoto não poderia passear com a garota durante as férias. Ou ela iria visitá-lo ou estaria tudo acabado. Como eu disse, quando o coração manda, a cabeça vira refém. E lá foi ela. De encontro a um grande encontro.
“Essa é uma amiga do garoto do pé quebrado”. Como assim? Amiga?
“Não, não sou só amiga. Eu sou a mulher da vida dele. Tá bom senhor coração. Você venceu”.
E foi assim. Acabou a briga da cabeça, da razão contra o sábio coração que já batia pelo garoto desde aquele primeiro olhar.


Agora eu sei que todos os meus desencontros me levaram até você. Pra você eu dei meu coração e coloquei minha vida em suas mãos (isso até parece música). Calma, não precisa se assustar, nem sentir o peso de tal responsabilidade. Tudo isso é muito mais simples do a gente imagina.
Se o amor existe e é forte, é só se deixar levar.
Sei que o pedacinho que faltava se completou com aquele beijo. Desde então foram tantas coisas. 7 anos que esse jardim faz a vida da borboleta mais feliz.
Não dá pra lembrar aqui tudo o que vivemos desde então, mas dá pra imaginar o que ainda vem.
Termino esse post com uma das melhores frases dos últimos tempos: “tenho ciúme do seu passado, porque sei que o seu futuro será do meu lado”.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

E o caos se instala outra vez...

Tá dominado, tá tudo dominado (rs). Pois é, mais uma vez estamos sem Internet. Há um tempo foi o problema na incrível operadora de telefonia do estado de São Paulo, que deu tilt em todo o território paulista. Ficamos rendidos. No caso de onde eu trabalho isso acabou criando outro problema no sistema e ficamos ilhados por mais de 4 dias.
Depois, um problema de instalação na rua também nos deixou mais 2 dias sem acesso ao maravilhoso mundo da web. Dessa vez, o Tonhão, operador da escavadeira (nem sei se esse é o nome do cidadão, coitado) nos fez o favor de escavar justamente no local onde passa a tubulação com o cabeamento de Internet e telefone. Resultado: estamos mais uma vez ilhados e incomunicáveis.
E o caos se instalou. Isso aqui é um supermercado, onde as pessoas fazem compras e, na maioria das vezes, pagam com cartão. E geralmente essas pessoas, assim como o resto do mundo, andam sem paciência nenhuma. Coitadinha da atendente do balcão, tá tendo que ouvir os maiores impropérios, a mãezinha dela nem tem culpa do que aconteceu.
“Pedimos desculpas pelo transtorno aos clientes da loja de Brás Cubas. No momento, por problemas técnicos não estamos aceitando nenhum tipo de cartão. Para mais informações, vá ao balcão de atendimento.”
Coitada da atendente, vai continuar tendo que ouvir reclamações de clientes educadinhos e nada nervosos o dia todo, e quem sabe amanhã também. O problema é se isso não se resolver logo. O sábado tá chegando. O povo aproveita o vale que receberam pra comprar o leitinho das crianças e paga como? No cartão.
E não é só isso. Meu trabalho depende quase integralmente da merda da Internet. Merda? Não. Imagina. Internet é a evolução e revolução da tecnologia da comunicação entre os seres humanos.
Não consigo fazer minhas pesquisas pras matérias que tenho que escrever pro próximo jornal, nem fazer os contatos com entrevistados. Não consigo fazer o roteiro da programação de logo mais sem pesquisar nos sites de notícias. Mas pra que fazer roteiro se não tem transmissão da rádio? Afinal, a transmissão também é via Internet.
E aí, eu vejo o quanto estamos rendidos e vendidos. “Informatização, informatização, a máquina evolui e o homem fica paradão / informatização, informatização a gente se deforma e se conforma com razão”.
O jeito é dominar os joguinhos do Windows ou espremer mais o limãozinho aqui. Quem sabe não sai outro post agora mesmo?

Não deu pra escrever outro post, assim com tanta rapidez, a internet voltou. Portanto, vamo trabaiá!

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Definitivamente, não sou eclética!

“Eu vou ficaaaar guardado no seu coração / na noite fria, solidão / saudade vai chamar meu nome”.
Jesuis! Que música é essa? Pelo amor do amor divino, alguém me socorre! Essa é a grande desvantagem de ser locutora e trabalhar numa rádio interna que tem por obrigação ser eclética.
Já li alguma coisa há um tempo sobre ser eclético, não me lembro onde. Quem escreveu dizia que odeia gente eclética, que essa gente é sei lá o que... Eu sempre me achei eclética, mas quando ouço uma pérola como essa:
“tirar de mim essa loucura / que é morrer de amar você / e assim eu dou um tapa na saudade / que tentar ficar”,
retiro o que eu disse, não sou eclética.
Também odeio quem tenta dar um tapa na saudade. Aliás, se alguém souber como se dá um tapa na saudade, fique longe. Já vi gente que gosta de tapa na cara, tapa na bundinha, tapa na pantera, mas na saudade, essa é nova.
Na verdade nem nova é mais, o lance agora já mudou, é apostar
“que sua paz vai revirar com a saudade / seu coração vai descobrir toda verdade/ na minha falta, vai buscar ajuda em Deus”.
Esse cara ainda não aprendeu a dar um tapa na saudade, coitado! Depois dessa quem tem que procurar ajuda em Deus, sou eu. Só rezando viu?
Eu dizia que essa era a grande desvantagem de ser locutora né? Conviver diariamente com tesouros da música brasileira como esses aí. Sou obrigada a ouvir, ouvir e ouvir. E de tanto ouvir já decorei. Quase todas. Quando começa aquele pagodinho “maroto”, dou um sorriso (de nervoso). Fico puta em ver como meu cérebro guarda as coisas. É impressionante. E assim, com a incrível capacidade do meu cérebro eu cantarolo todos os versos, refrões e rimas toscas mentalmente.
Mas nem tudo está perdido, existem vantagens. Neste exato momento, começa a tocar Amy Winehouse. Ela mesma, aquela que disse: “no, no, no” e fugiu da reabilitação pra dar um tapa na pantera. Música boa nessa rádio, assim como homem bonzinho, é um oásis no meio de um deserto imenso e aparentemente infinito.
Alegria de locutora pobre dura pouco, muito pouco. E as tais “vantagens” somem na mesma velocidade em que começa outra música bizarra:
“Alô? Olha, eu só tenho um minuto...”
Pra esse tipo de música não devia ter nenhum minuto, mas não dá pra tampar os ouvidos. O lance é entregar pra Deus. Falei Deus? Sim, tem até a mistura inusitada de Pe. Marcelo com Belo (o aprendiz de traficante), quer dizer, tinha. Ser eclético também tem limite e não se pode tocar músicas religiosas numa rádio eclética. Pode ofender algum cliente que é ateu, evangélico ou macumbeiro.
“Deus está aqui neste momento…” “…e ainda se vier, noites traiçoeiras / se a cruz pesada for, Cristo estará contigo / o mundo pode até fazer você chorar / mas Deus te quer sorrindo”.
Sorria, mas não me venha com sorrisos marotos.
O negócio é ficar com o que resta de bom nessa bagaça.
“Come on everybody, everybody, everybody / c c come on everybody / I’m gonna sing my song”.

sábado, 23 de agosto de 2008

Vestidos de tristeza...

"Às vezes, a vida vai insistir em te trazer coisas que você não quer vestir..."
(Angelo Marcos Pavan)

Era um milagre, uma vida, pequenina, frágil, na verdade ainda nem era bem uma vida, era quase, mas já era dona de um poder transformador. E já era digna de tanto amor, de tanto carinho, de tanta espera e de tanta entrega que nem dá pra medir. Foi o amor que surgiu entre duas pessoas. Depois de um tempo, de tentativas e vontades, os dois viraram um só. Quanta felicidade e mais amor.
Já tava tudo pronto, a casa, o quarto, a vida, a alma e o coração. Mas não era a hora, ela ainda não tava pronta. E o céu, que antes era azul, colorido com um arco-íris, se pintou de cinza. E a vida, que tava quase se completando, ficou faltando um pedaço. Na alma, surgiu um buraco, e no coração uma dor indescritível.
Não dá pra descrever, porque nunca senti. Mas consigo imaginar, já que esse é um dos maiores sonhos da minha vida. Sentir a vida. Uma coisinha tão pequena, mas com uma força gigantesca. Consigo imaginar como é sentir a vida e ter essa sensação arrancada de você na mesma proporção em que surgiu. Acho que consigo imaginar como é ver tudo mudando, tudo se transformando, esperar, se entregar e no fim ver tudo isso sumir.
Agora tá tudo tão diferente. O céu não tem mais a mesma cor. A vida perdeu o sabor, o coração, que já tava completo, com todos os espaços preenchidos, ficou sem saber o que fazer sem aquele pedacinho e a alma que antes sorria, agora chora...

(não consegui terminar, faltaram as palavras...)

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

De volta à malhação

Mais de um mês sem aparecer por aqui... Tava precisando colocar minhas idéias no lugar (desculpa de quem não sabia o que dizer). Agora acho que dá pra contar as histórias que sucederam desde o dia da mulher no futebol. Tirei férias depois de muitos anos trabalhando, fazendo freelas por aí e de 1 ano de trabalho registrado e assalariado, gozei, merecidamente de 10 dias de descanso (o resto tiro depois). Comecei a pintar a tatuagem que tô fazendo nas costas, agora tenho duas flores, mas ainda falta uma parte. Fizemos uma festa juLina na minha casa, com direito a fogueira e tudo. E finalmente, fiz aniversário.
Até tive inspiração pra escrever aqui nesse dia tão importante, mas meu inferno astral não deixou, fiquei sem coragem.
Tô chegando nos 30, e isso começou a me assustar. Não pela idade em si, mesmo porque me sinto com 20 (rs), mas porque comecei a perceber que por mais que minha cabeça ainda seja muito jovem, meu corpo já começa a dar sinais de vida, de 27 anos de vida... E aquela gordurinha que não se acumulava começou a chamar minha atenção. Não que eu esteja um bagaço, pelo contrário, o desastre aqui é muito menor, ainda tem salvação, mas pela primeira vez em muitos anos a ficha realmente caiu de que meu metabolismo já não é mais o mesmo de 7 anos atrás.
Então, depois de muita enrolação (quase um ano), finalmente entrei na academia. Tenho que agradecer a Dani, ela me encheu tanto o saco pra eu começar que isso me deu mais coragem, afinal, começar a malhar sozinho é meio chato. Enfim, fui avaliar o meu físico pra saber como estou e que exercícios posso fazer. E não é que tive uma surpresa um pouco desagradável? A avaliadora descobriu que estou com a pressão alta, justo eu, que só de ficar um pouco no sol ou de ver uma agulha a pressão já cai... Isso realmente me assustou. Também descobri que minha flexibilidade está péssima, que tenho poucas, mas algumas, chances de sofrer alguma doença do coração, que tenho 35% de gordura no corpo, tenho que emagrecer pelo menos 2 quilos e que tenho um centímetro a mais na bunda. Pois é, agora são 1 metro e dois... mais uns 17 centímetros e eu viro a mulher melancia!
Tudo isso eu tiro de letra, sei que com o metabolismo acelerado e algumas sessões de drenagem linfática vou conseguir perder e nunca mais recuperar esses quilinhos, essas gordurinhas e essa porcentagem maldita.
Mas o que tá tirando o meu sono é essa tal de pressão arterial sistólica e diastólica. Dos males, o menor. Agora sou quase uma especialista em pressão, sei tudo, termos técnicos, causas, doenças que ela pode acarretar e meios pra fazer a bichinha baixar. Sabia que potássio é bom pra quem tem pressão alta? É verdade. E dá-lhe banana, tô me entupindo da fruta. E aferindo a pressão como nunca.
A tiazinha da farmácia já não agüenta mais ver minha cara. Tenho que monitorar quase diariamente essa bendita pressão que teima em ficar nas alturas. Já marquei cardiologista, mas tenho que esperar até outubro (bendito plano de saúde). Mas tudo bem, enquanto espero tô descobrindo um mundo cheio de possibilidades, com camas elásticas, esteiras, pesos, bikes que não saem do lugar, morros, músicas contagiantes, muitas risadas, professores sarados (mentira hahahaha) e corpos doloridos no dia seguinte. Hoje, por exemplo, se alguém pedisse pra eu trocar alguma lâmpada, responderia com toda educação: “hoje não, Márcio”. O bichinho não tá conseguindo fazer movimentos que demandem muito esforço, só o básico e olhe lá.
Mas fazer o que, essa é a parte ruim (que logo passa) de deixar a vida sedentária pra trás. Afinal, com a pressão sistólica ou a diastólica alta, não se brinca. E eu que pensei em malhar pra dar tchau pro tchauzinho e endurecer essa bunda pra mais de metro, tô tendo que me preocupar com a saúde em primeiro lugar (isso até parece slogan de plano de saúde, mas não do meu).
A tiazinha da farmácia me deu uma pista do que pode estar acontecendo. Perguntou: “você tá nervosa no trabalho, tá sem namorado, ou algo assim?”. E eu: “não, no trabalho tá tudo bem e namoro há 7 anos”. E a conclusão da sábia tiazinha da farmácia foi: “então é isso, tá precisando casar!”. Será?

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Mulher e o futebol: 10x2

Acordo (depois de uma imensa dor de cabeça) com o grito de gol! Despertador melhor que esse só o beijo do príncipe encantado, e olha que não acredito em príncipes encantados. Acordo feliz, afinal, foi um gol. Não foi um golaço, como aqueles que estamos acostumados a ver no futebol europeu, mas foi um gol. Despertei bem feliz.
E quem disse que mulher não gosta de futebol? Eu gosto, e muito. E quem disse que mulher não entende de futebol? Eu entendo, e muito. Na minha família deve ter ocorrido algum erro... As meninas são loucas por futebol e os meninos mal sabem o que é um escanteio.
O cara que casar comigo vai ter muita sorte porque além de ter uma ótima companhia pro estádio e pros jogos, vai ter com quem jogar aquela partida alucinante de WE e Fifa Street, vai ter companhia na hora daquele papo futebolístico acompanhado de uma boa cerveja. É, eu também gosto de cerveja. Sou quase um homem, assim como as mulheres do Irã que gostam de futebol.
Assisti a um filme iraniano, Fora do Jogo, que contava a saga de garotas que, talvez gostem de cerveja, mas que gostam mais de ver 22 homens correndo atrás de uma bola, e que por questões culturais machistas (que prefiro não comentar), são proibidas de ir aos estádios.
Ainda bem que sou brasileira, o país do futebol, paixão nacional. Ainda bem que não sou iraniana. Se fosse, faria como as protagonistas do filme, me vestiria de homem e tentaria de qualquer maneira ver de perto uma decisão daquelas ou qualquer amistoso que o valha, futebol é sempre futebol.
Se fosse iraniana (ainda bem mesmo que não sou) dificilmente sentiria uma das maiores emoções da minha vida. Entrar num estádio, ver aquele campo iluminado, palco de um dos maiores espetáculos que o homem é capaz de produzir, estar no meio da galera, na arquibancada que é pra sentir mais emoção, com a vibração da torcida, é de arrepiar. Já tive a oportunidade de ver um jogo na cadeira cativa, puta coisa sem graça. Todo mundo sentado, comportado, é raro ouvir um bom palavrão. Puta que o pariu! Foi foda! O melhor é arquibancada, no meio da torcida... É do caralho! rs
Futebol é paixão sim e assistir a esse espetáculo de frente pro palco é como lavar a alma. Você pode falar os palavrões mais cabeludos, aqueles que dá gosto de ouvir. Lá você pode ser você e colocar pra fora todo o estresse acumulado. Ver uma boa partida de futebol é como sexo, que também desestressa. Aliás, já li algo sobre isso. Dizem que futebol é melhor que sexo, afinal, quando que fazendo sexo você consegue um 5x0 não é mesmo?
Não acho. Futebol é como sexo, mas não é melhor. Homem que pensa assim, é com certeza um coitado e deveria ir correndo comprar uma boneca inflável. O homem dificilmente vai meter 5x0, o gás geralmente acaba bem antes. Mas meu amigo, a mulher, com certeza faz 10x2 fácil! E não estou falando de futebol...
Futebol pro homem depende da vitória do seu time de coração. Porque quando seu time perde, ele fica com um mau humor terrível. Podemos dizer que pro homem ver o time perder é como brochar.
Pra mulher a coisa é muito diferente. Mulher que gosta mesmo de futebol não fica mal humorada se seu time do coração perde. Na hora, é lógico que fica aquela decepção, afinal é maravilhoso ver seu time jogar bem e ganhar, mas pra mulher a vida continua linda, como se ela tivesse tido orgasmos múltiplos por ter visto uma boa partida de futebol.
Homens, cuidado quando seu time perder. Da mesma forma que você não gosta da sua mulher na TPM, ela com certeza, não gosta de te ver mal humorado porque os 11 caras perderam o jogo e você brochou. É bom ter cuidado, porque se a chatice persistir, é capaz dela procurar o torcedor feliz do time adversário pra tentar ver um resultado um pouco mais satisfatório, como um 10x2, por exemplo.

Mais uma da benga

Pois é! Tenho uma benga mesmo. Preciso contar o ocorrido do último fim de semana. Fomos, eu e mais 3 amigas, a um bar, muito bacana por sinal, banda tocando ao vivo, um pessoal nem tão feio e nem tão bonito (o povo dessa cidade é assim), cervejas e muita risada. Nós temos esse dom, de rir muito de qualquer coisa, e como isso é bom!
Enfim, a certa altura da noite, uma das amigas já tinha se arranjado (rs) e ficamos as outras três bebendo, dançando e rindo (pra variar). Percebi uma movimentação diferente de um pessoal que estava bem na nossa frente, numa mesa. O detalhe é que era um povo mais pra feio do que pra bonito, não é despeito, é verdade mesmo.
Digo que não é despeito, porque eu percebi que eles estavam justamente falando de mim. Exatamente. Um deles (o mais feio) comentava alguma coisa, olhava pra mim e ria, não necessariamente nessa ordem. Foi quando, eu muito esperta, prestei atenção ao que estava acontecendo e vi que a única menina da mesa (nem tão feia, nem tão nada) fez um comentário singelo: “o bom é que ela fica dando uma piscadinha permanente”. Não foram essas as palavras, mas algo assim.
Não agüentei. A vida toda eu sempre fiquei calada quando sabia que rolava esse tipo de brincadeira com a minha companheira, na verdade quem sempre me defendia, principalmente na escola, era meu irmão mais velho. Mas agora, não mexe com ela que eu viro o bicho, agora eu posso. A benga é poderosa mesmo, não pensei duas vezes e com certeza, acabei com a noite daquelas pessoas. Se não acabei, pelo menos as deixei bem constrangidas.
No momento em que ouvi o comentário, fui até a mesa e falei: “Vocês são bem lindos pra ficar falando dos outros não é mesmo?”. Eles ficaram com cara de ué, e o feinho autor principal dos comentários me perguntou o que eu tinha falado. E eu, bem educada fui até o ouvidinho do rapaz e falei de novo: “Você é lindo pra fazer comentário da aparência dos outros né? Por acaso, você já se olhou no espelho? Faz o seguinte, vai agora no banheiro e dá uma olhadinha rápida, você é muuuuuuuuuuito feio!”
E foi com essa entonação no ‘muuuuuuuuuuito’ que eu falei. O melhor é que não fiquei nervosa, pelo contrário. O desprovido de beleza, é óbvio, fingiu não entender do que eu estava falando e fez uma cara de: “Ué, ela é louca!”
Claro que depois disso fiquei um bom tempo encarando as figuras, pra ver se teriam coragem de continuar o papo, e é claro que não tiveram. Ficaram muito sem graça. A garota não sabia pra onde olhava e o clima ficou um pouco tenso entre eles por alguns minutos.
Pra mim, o clima foi ótimo. Senti que sou muito mais eu. Na hora lembrei que tenho um namorado gato, e muitos outros que gostariam de usufruir dessa que vos fala. Nunca tive problema em paquerar e ser paquerada, aliás, mesmo depois de tantos anos de namoro, vejo que ainda dou um bom caldo e constantemente tenho o meu ego inflado por causa de olhares e elogios cheios de segundas intenções. Eu, claro, sempre retribuo com uma piscadela marota! (rs)
É claro que esse foi apenas um dos episódios marcantes naquele dia, não vou contar os outros aqui pra não queimar o filme de algumas pessoas (rs).
Esse também foi um episódio que deu uma lavada na alma e uma fortalecida boa na minha auto-estima e confiança no meu taco... Ops, na minha benga! Vi que sou muito mais forte do que eu imaginava mesmo.
Mas ainda tenho minhas fraquezas. Foi só chegar em casa depois e me deparar com o espelho (depois de algumas cervejas e a consciência não tão consciente assim) pra me debulhar em lágrimas. No outro dia me arrependi. Não tanto por chorar pelo que aconteceu, mesmo porque lavei meu canal lacrimal como há muito tempo não fazia, mas por ver que ainda tenho muitas fraquezas e que tenho muito que aprender comigo mesma.
Aprendi que não é o espelho que é cruel, eu é que sou.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Não enche, você me dá dor de cabeça!

Esgotamentos criativos. Eu avisei que tenho isso constantemente... Não me venha com essa pressão dizendo que eu tenho que escrever.
“Agora você tem um blog, tem que abastecê-lo com idéias, pensamentos, coisas bacanas. Se não escreve, desativa essa merda então!”.
Não enche! Já falei que eu tenho idéias e escrevo quando eu quiser, a hora que eu quiser e sobre o que eu quiser. Não estorva! Você me dá dor de cabeça, sabia? Me irrita com esse papo de que só porque agora tenho um blog, sou obrigada a ter idéias a todo momento e expô-las pra quem lê essa bagaça aqui! Estrupício! Vai te catar!
“Vai sua ingrata... Fica me xingando, a sua sorte é que não depende desse blog pobre de idéias pra viver, senão estaria como ele, pobre!”
Pois saiba que sou uma pessoa muito criativa, tenho sempre ótimas idéias. Aliás, acabei de ter uma genial nesse instante, vou apagar você da minha vida, volta pro mar oferenda! Não preciso de alguém me enchendo os picová, dizendo o que tenho que fazer ou como cuidar do meu blog. Fala sério! Você é camarada desse mala que tá aqui né? Sabia! Vocês são bem parecidos mesmo, chatos! Ô cara chato!
Sabe aquelas pessoas que só enrolam? Adoram arrumar um emprego como esse só pra enrolar? O pior de tudo é que esse tipo geralmente acha que todo mundo é assim. Esse cara, por exemplo, não consegue parar de falar. E não é exagero. Não mesmo. Quando ninguém mais tá interessado no seu papo sem assunto, percebi que ele inventa alguma coisa pra falar sozinho.
“Nossa, como você é baixa. Tá me comparando a esse ‘quase’ inútil? Quando tiver em apuros precisando de mim, espera a minha ajuda sentada. Me comparou com um idiota nojento que só enrola? Eu não enrolo, pelo contrário, sempre vou direto ao ponto, é você que nunca me ouve. Mas tudo bem, o mundo dá voltas. Ainda vai precisar de mim, e quando eu parar de falar vai sentir tanta falta que vai pedir chorando pra eu voltar.”
Tudo bem, se isso vai realmente acontecer, eu não sei. Só sei que agora você tá como esse chato. Quero longe, bem longe de mim. Você me dá dor de cabeça!

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Atendendo a pedidos

Tá bom vai! Eu me rendo! Atendendo a pedidos vou explicar melhor essa história de benga, afinal de contas, o que as pessoas que não me conhecem vão pensar de mim não é mesmo? Sou muito preocupada com o que os outros pensam, tanto quanto cavalo em dia de desfile!
Quando disse que colocar a benga pra fora foi como uma libertação, entendam. Sou bem mulher, com tudo o que uma mulher tem, e não, não tenho um órgão reprodutor masculino literalmente. É que como disse um amigo, o meu eu lírico tinha que se expressar de alguma forma, e foi em forma de benga.
Ainda não entenderam?
Colocar a benga ou a piroca verde pra fora, no caso das mulheres, é passar a viver como os cavalos de desfile: cagando e andando! É não se preocupar com o que os outros podem pensar de você, é fazer o que tiver vontade sem medo de ser feliz, é assumir todos os defeitos e peculiaridades que só você tem.
É isso, e se quiserem saber mais detalhes leiam o texto do ET pirocudo da Tati Bernardi. Ela diz tudo o que eu penso, quando lembro da minha benga, parece até que fui eu que escrevi, mas não foi. Talvez, um dia consigo escrever como ela, mas por enquanto, eu não quero. Quero continuar sendo eu mesma, com os meus pensamentos e minha benga libertadora.

terça-feira, 17 de junho de 2008

A benga colorida

Puta que pariu, mulher! Vai assustar a mãe! Ai que vontade que me deu de gritar isso na orelha daquela velha parada naquela fresta de janela. Pois é, estava eu caminhando pensativa (como sempre) ouvindo Thousand Miles, de Vanessa Carlton, e cantarolando de forma bem gay, quando uma mulher horrorosa apareceu com o cabeção na janela, que raiva dessas casas que não tem quintal, a janela dá na calçada e isso é um perigo!
Que mania feia de construirem casas assim e que mania mais feia ainda da mulher aparecer sem avisar. Justo quando eu tô divagando sobre a vida. Aliás, como já falei aqui, ultimamente, o que mais faço é pensar. Não se assuste ou estranhe se um dia começar a feder, serei eu. Não... não serão as flatulências. O problema com os gases já está resolvido. Mas o problema (ou não) de pensar demais, ainda não resolvi e pode começar a feder. Estive pensando (não falei?) em tudo que tá acontecendo na minha singela vida... Como foi triste descobrir que o mundo não é cor-de-rosa como eu achava quando criança, como foi triste saber que a maioria das pessoas não vai ser gentil com um desconhecido, triste descobrir que as pequenas coisas da vida, como contemplar o vôo de uma borboleta no meio do caos da cidade, não serão valorizadas pela maioria das pessoas, que tem a péssima mania de andar sempre apressadas levando suas vidas vazias a lugar nenhum...
Vazia tô eu! Aliás, tô me sentindo assim. Tô cheia, precisando gritar, como se tivesse milhões de coisas pra pôr pra fora, mas ao mesmo tempo tô me sentindo vazia. É como se eu tivesse com prisão de ventre há uns 3 dias, mas tivesse com fome sabe? Tá cheio, mas tá vazio? (rs) Tá bom, a comparação foi escrota, mas é exatamente assim que eu me sinto: prisão de ventre+fome.
Isso me fez lembrar como eu estava me sentindo quando resolvi colocar a benga em cima da mesa, era assim mesmo! E como foi bom... me libertei!
Um dia desses meu namorado me mandou um texto da Tati Bernardi (muito boa por sinal) que falava de um e.t pirocudo, ela contava como foi colocar a piroca verde pra fora. Me identifiquei muito com ela, pensamos muito parecido, e me identifiquei muito com o texto. No meu caso, não é piroca, é benga, e não é verde, acho que ela pode ser da cor que eu quiser, dependendo do meu estado de espírito.
Demorei até demais pra colocar minha benga em cima da mesa e mostrar pra quem quisesse ver. Sei que ela sempre esteve ali, adormecida, mas pronta. Sei que a benga estava louca pra sair e me fazer virar “homem”. Sei que antes eu nunca teria coragem de falar na cara da vaca da cobradora de ônibus que ela é grossa, ignorante e por isso vai ficar o resto da vida sentada naquela poltrona. Antes eu nunca teria coragem de fazer alguma coisa que alguém duvidou que eu faria, como por exemplo, pedir um autógrafo pra um garoto, num bar, que participou do programa do Márcio Garcia: “Te amo gata, vem com o Tchôu, que o Tchôu é mau”. “Ai, hoje não Márcio”.
Hoje, com a benga, eu adoro quando duvidam. Não duvide de mim, posso ser mais cara de pau do que imagina, e devo isso a benga!
Ela me libertou! Tá bom, tenho que confessar que ainda não sou totalmente livre, ainda tenho meus fantasmas e acho que sempre vou ter. Mas pelo menos a benga me deu muito mais confiança.
Ah se a benga colorida tivesse aparecido quando eu era mais nova, teria sido uma revolução. Desde pequena sempre fui muito encanada, principalmente com o meu corpo. Tive a fase de me achar com pouco peito (ainda acho), com pouca bunda (isso mudou), com as pernas finas demais... Tive a fase de achar meu nariz horroroso (de vez em quando ainda acho), de achar minha boca carnuda demais, vê se pode! Mas uma fase que sempre me persegue, é de achar minha ptose feia demais.
Tudo bem que já ouvi falar que todo mundo é meio torto, mas isso pra mim sempre soou como algo muito, muito ruim. Sou uma garota muito mais bem resolvida (se não fosse não estaria contando essas coisas aqui), mas não pense que eu não sei dos comentários que sempre rolam. Já tive muitos apelidos, sempre mascarados ou escondidos em conversas das quais eu nunca estava presente, mas que sabia que rolavam. Uma coisa que eu sempre fui, foi esperta. Sempre saquei as coisas com muita facilidade, mas não tinha a benga pra me defender.
Hoje quem conhece se apaixona por “la benguita”. Não é assim que dizem? Distraia a atenção do público, para que não vejam o que você não quer que vejam. Por outro lado, eu sei que as conversas e os comentários pelas costas sempre existiram e vai continuar assim, a não ser com as crianças.
Engraçado. Porque será que criança é sempre sincera né? Sempre, os comentários ou perguntas curiosas, são as crianças que fazem. Com exceção de raríssimas almas adultas sinceras, as crianças nunca têm vergonha de perguntar. Conheci um cara, muito bacana, que começou a me chamar de “zóinho tortinho” (rsrsrsrs). Fiquei puta da vida com ele, mas pra variar não tive coragem de dizer que não gostava do apelido carinhoso. Agora vejo, que era sincero e carinhoso mesmo. Não tenho que ter vergonha do que sou, de como sou. Ainda tenho constantes crises com isso, tanto que fui a um excelente médico há pouco tempo, mas morro de medo de entrar na faca.
A primeira e única vez que fiz uma cirurgia foi com 6 anos. Foi terrível! Sem contar as sessões de estimulação do nervo elevador, que eram muito dolorosas, com uma agulha insistente batendo incessantemente na minha frágil pálpebra de criança. As agulhadas não adiantaram. O jeito era a faca. Estava resolvido. A Paulinha ia entrar na faca.
Lembro como se fosse hoje, entrei naquele hospital e enquanto aguardava na sala de espera, assistia Tom e Jerry. Antes da operação o médico resolveu me levar à sala de cirurgia e me explicar como ia ser. Quando ele falou: “vai ser só uma picadinha”, não pensei duas vezes, saí correndo e fiz um escândalo homérico! Resultado: muda a data da cirurgia da rapariga, acalma ela aí, mãe!
Tudo bem, me enganaram mais uma vez, e não deu pra escapar. No dia e no hospital combinado, lá estava eu, deitada naquela mesa, mas nem foi tão ruim. Nem teve picadinha. Apaguei e só fui acordar num quarto, com um moleque danado que tinha operado da fimose e não deixava a enfermeira em paz, de um lado, e do outro, um bebê com uma cabeça enorme, acho que era hidroencefalia (pois é, aí já comecei a perceber que tem sempre alguém com um problema maior que o seu).
A cirurgia foi feita, e foi uma festa, literalmente. Todas as minhas tias me esperavam ansiosas na minha casa, com presentes e as comidinhas que eu mais gosto. Nem foi tão ruim. E nem fez tanta diferença.
Tinha que ter entrado na faca de novo aos 15, mas não tive coragem. Se soubesse o que sei hoje, teria feito um segundo escândalo aos 6 anos. O médido foda que visitei há pouco tempo disse que talvez seja difícil consertar o que fizeram comigo aos 6 anos. Afinal, a medicina e as técnicas avançaram muito. Talvez, quando eu criar coragem e tiver grana, eu faço de novo.
Mas tudo bem, por enquanto, vou continuar com a minha ptose aqui. Minha companheira e minha inimiga. Minha mãe sempre disse (pra me animar) que isso é o meu charme, minha marca. De certa forma, concordo, porque sei que também sou ponto de referência, assim como os gordinhos (rs). “A Ana Paula, lembra?”. “Que Ana Paula?”. “Aquela do zóinho tortinho”. Tudo bem! Podem falar o que quiser, não ligo mais, agora eu tenho uma benga!

Cazuza

Mais um beeeem atrasado... (rs) É que o poeta é tão bom que não dá pra perder a oportunidade.

Dia dos Namorados

Todo dia em qualquer lugar eu te encontro
Mesmo sem estar
O amor da gente é pra reparar

Os recados que quem ama dá
Hoje é o Dia dos Namorados
Dos perdidos
E dos achados

Se o planeta só quer rodar
Nesse eixo que a gente está
O amor da gente é pra se guardar
Com cuidado pra ele não quebrar
Hoje é o Dia dos Namorados

Todo mundo planeja amar
Banho quente ou tempestade no ar
O amor da gente é pra temperar

As coisas que a natureza dá
Diz que a era é pra sonhar
Que na terra é só simplificar
O amor da gente é pra continuar
E a nossa força não vai parar

O amor da gente é pra continuar
E a nossa fonte não vai secar
Porque o amor da gente vai continuar


E como diria outro poeta: nosso amor é "pra temperar os sonhos e curar as febres"

sábado, 14 de junho de 2008

Mais um

Vê se dá pra não se apaixonar: “Pra começar bem esse dia dos namorados eu quero dizer que te amo e pretendo te dar uma dentadura no dia dos namorados de 2065! Só pra você continuar tendo esse seu sorriso encantador!”
(pausa pro suspiro)
Não tinha como ser melhor, romântico e bem humorado! Esse é o meu oásis! Sempre me surpreende... acho que é por isso que todos esses anos passaram como se fossem meses. Fiquei sabendo que foi um acordo, uma conspiração do universo pra que essas duas almas se encontrassem, a missão a gente ainda não sabe, talvez seja mais simples do que a gente pensa, mas só sei que esse acordo tá valendo muito, o melhor acordo que podiam ter feito por mim!
Tudo bem que essa declaração tá um pouco atrasada, mas sei que ainda vale!
Fiz o favor de apagar o e-mail mais legal que já escrevi, mas pensei numas coisinhas que acho que também valem...
Nesse dia dos namorados só quero dizer: você é luz, é raio, estrela e luar, manhãs de sol, madrugadas com chuva, pra dormir abraçadinho...
E nos dias nublados é você que faz o sol aparecer... Você é algo assim, é tudo pra mim, é muito mais do que eu pensava, do que eu esperava e do que eu sonhava, aliás, nos meus sonhos você sempre está...
Você é a escada da minha subida, você é o amor da minha vida, você é quem me faz crescer e ser feliz... Por você eu iria a pé de Mogi a Salvador, tomaria banho gelado no inverno, por você talvez até deixe de beber (rs)... Carro sem estrada, queijo sem goiabada, sou eu assim sem você, você é o chocolate do meu brigadeiro, você é o queijo do meu macarrão...
Ainda bem que você vive comigo, porque senão como seria essa vida, sei lá, ainda bem que você me dará uma dentadura de presente em 2065 (rs)...
Neste instante, estou pensando em você, pensando em nunca mais pensar em te esquecer, porque nas lembranças do meu futuro bom, você também sempre está... Nas nossas conversas, quando eu digo te amo, você só acredita quando eu juro, eu lanço minha alma no espaço, você pisa os pés na terra, mas pra que manter os pés no chão, se todo mundo quer voar, e eu quero voar com você...
Eu não me inspiro sem você, sem você eu não me inspiro, sem você a vida é tão sem graça... Esse amor que a gente mesmo escreveu, que foi guardado sem pensar, nas linhas de um desejo meu, e meu desejo é te fazer feliz...
Diga a verdade ao menos uma vez na vida, você me ama... e eu me apaixonei pelos seus erros, e desde então não estou pela metade, eu me apaixonei perdidamente pelos seus erros, eu perdi a chave, mas que cabeça a minha, agora vai ter que ser para toda a vida... Seu amor seca hidrelétricas, seu amor esquenta os átomos e “arregaça” com a minha métrica (rs)...
Começou de súbito, com um olhar e nesse olhar meu coração se iluminou, eu reparei nas vírgulas, nos pontos de exclamação, nos de interrogação, e eu sempre te achei o máximo...
Diga sim, sim, sim, sim, sim ao menos uma vez, a vida inteira eu quis alguém pra perguntar, vamos casar, ter filhos, vamos pra cachoeira, vamos fazer um filme, ganhar estatuetas, porque na primeira fila eu sempre vou estar...
Se é amor tem desencontros, amar também um contra o outro e lutar sempre por esse amor que morre e reacende, sempre melhor, descobri que não existe o amor, apenas provas... O que falta cega pro que já se tem, eu não te completo, você não me basta, mas é lindo o gesto de se oferecer, dê vários sorrisos e seja sempre você...
Será que fui eu que ali entrei sem sequer pedir a menor licença, mas sou assim mesmo, entro sem pedir...
A gente só queria um amor, Deus parece às vezes se esquecer, esse é só o começo do fim da nossa vida, prepara a avenida que a gente vai passar, eu cansei da nossa fuga, já não vejo motivos pra um amor de tantas rugas não ter o seu lugar, vou abrir as janelas, vou deixar o sol me ver, vou deixar o céu ver que sou muito feliz...
Ainda é cedo amor, mal começaste a conhecer a vida, a gente nunca sabe o rumo que iremos tomar, então presta atenção querido, disseram que são os detalhes que fazem toda a diferença...
Se eu ainda soubesse como mudar o mundo, eu voltaria atrás no tempo, eu não te deixaria preso no passado e arrumaria um jeito pra você estar sempre ao meu lado, eu não te deixaria desistir tão fácil e não te negaria nenhum abraço, acho que eu preciso de um abraço (rs)...
Sinceramente, você sempre pode se abrir comigo, honestamente eu só quero te dizer que eu acertei o pulo quando te encontrei, esse foi o pulo mais legal que já dei, gostei do seu charme e do seu groove, gostei do jeito como rola com você, gostei do seu papo e do seu perfume, adorei o jeito como eu rolo com você...
Você me fez sentir de novo o que já não sentia mais, você me faz tão bem... Ouça... As palavras de um futuro bom, contempla esse momento é coisa rara, preciso tanto aproveitar você... Esses são só pedaços de canções e pensamentos soltos, pode parecer bobagem, irrelevância diante da eternidade do amor de quem se ama, mas são pra você...
Nesse tempo todo tanta coisa se amou, se refez, se perdeu, se conquistou, nosso orgulho um do outro, como quem dissesse não queremos mais nada nesse mundo, valeu a pena cada lance e valerá, tenha certeza, pra toda a vida!
Será que eu sei que você é mesmo tudo aquilo que me faltava?
Todo o meu tempo, todo o meu zelo, todo o meu prédio já sabe que eu tenho um amor, tudo o que sempre causava dor e medo se foi, foi por te ver andando reto entre tudo o que há de incerto em mim, que eu sempre te quis assim!
Sou mais eu porque sou você!

terça-feira, 10 de junho de 2008

Vai filé, coração?

Percebi que esse blog veio bem a calhar... acho que é porque aqui é permitido ser qualquer pessoa e dizer qualquer coisa, sem vergonhas, sem pudores e sem arrependimentos, pelo menos pra mim. Posso mudar de idéia mais pra frente e apagar uma linha ou outra do que estiver registrado, conheço pessoas que fizeram isso, talvez pra encobrir alguma coisa que disseram de errado, ou pra esconder de alguém um sentimento que não deveria nem existir. Enfim, digo, agora, que não pretendo apagar nada do que eu colocar aqui, doa a quem doer (mesmo que doa em mim).
Conversando com o “tudo de bom” (em outro post eu explico o apelido) chegamos a conclusão de que blog, hoje em dia, tá que nem perfil do orkut: todo mundo tem. Vi que a Internet realmente permite tudo. Você dificilmente vai saber se a pessoa que está do outro lado é ela mesmo... rs. O fato é que parece que aquele pensamento ou sentimento guardado a sete chaves, pode vir à tona, sem preconceitos.
Por falar em pensamentos, o que mais tenho feito ultimamente é pensar! Vejo cada coisa, que só pelo amor do amor divino viu! E o que me resta é pensar...
Como o ser humano, no caso, os homens são... são... sei lá. Qualquer palavra que eu colocar aqui não vai descrever o que tenho pensado quando vejo e ouço certas coisas. Aliás, muitas vezes gostaria que meus olhos fossem uma câmera...
Bom, voltando aos homens! Todos eles são iguais mesmo. Não se engane, quando alguma mulher diz que nenhum homem presta, não duvide. E também não pense que a tal é mal-amada, encalhada ou mal-resolvida. Não! Isso é um fato: homem é tudo igual, sem exceções! É claro, que existem nuances, uns prestam um pouco mais que outros, mas a essência nunca vai mudar.
Mulherada, conformem-se!
O homem é capaz de olhar pra uma nova bunda, aliás, pra várias bundas como se fossem a primeira e a última e sem que uma interfira na outra. Não tenho nada contra bundas, que fique claro. Mesmo porque também percebi, que sou uma dessas que eles olham sem compromisso. Por sinal, 1 metro e 1 de uma bela bunda que pertence a mim, ao “tudo de bom” e a todos os outros homens, ou pelo menos aos olhos de todos os outros homens.
Claro que é bom se sentir desejada, mesmo porque eu sempre fui um “patinho meio feio”, então qualquer elogio depois de ter me transformado numa mulher um pouco mais interessante e bem cuidada parece demais, mas enfim, é bom sentir que você ainda dá um caldo...rs. Mas vamos combinar que ninguém merece aquele olhar que a gente costuma ver no National Geographic, sabe? Quando o leão está prestes a dar uma dentada no pobre cervo? Pois então, esse olhar!
P... que pariu! Nessas horas sinto que podiam colocar um gancho nas minhas costas e me pendurar junto com as outras mulheres na mesma situação. “Vai filé, doutor?”
Me sinto como um pedaço de filé! Mulher filé... acho que já ouvi essa expressão em algum baile funk da vida.
Também não tenho nada contra o filé... o problema é o modo como somos abordadas, muitas vezes. Os homens são capazes de ficar “secando” o filézão, mas não são capazes de nenhuma gentileza, como ajudar o pedaço de carne com a janela emperrada do trem, por exemplo. É o fim!
Mas tudo bem, as bundas e os filés conseguem se virar bem sozinhas, também já tá provado! Mas que é bom quando encontramos um homem que preste um pouquinho mais e que não te chame de “ô gracinha”, “ô princesa”, “ô fofura”, ou qualquer outro apelido de pedreiro, isso é! Como já falei uma vez, homens assim são o oásis no meio do deserto! Acho que encontrei o meu. Tudo bem. A essência continua sendo a mesma, o leão vai sempre querer dar a dentada no pobre cervo, e o fato desse “oásis” olhar pra todas as outras bundas também não vai mudar, mas dá pra achar que ele é a única exceção!

Me deixa ser...

Depois de mais uma tempestade, de mais um tufão, de mais uma prova de que a maldade e a inveja existem, levantei, olhei pra frente e vi que “ainda tenho minhas asas tão fortes, que até posso te levar comigo”.

Não sou a perfeitinha, certinha, boazinha, mas não entendo porque tem gente que faz questão de ter o que é dos outros... fúria... tristeza e decepção. Frustração por ter entrado na dança e feito o jogo de quem não merece o mínimo de consideração e nesse deslize coloquei tudo a perder e quase perdi!

Medo, muito medo. Sinceramente, às vezes, gostaria de ser uma pedra, uma rocha inabalável, sem sentimentos, sem coração, mas não sou! E naquele momento, o coração bateu mais forte, sentiu uma dor nauseante e chorou. Chorou como uma criança perdida!

Sei que tem uma ferida aberta, e por mais que cicatrize a marca estará sempre lá... confesso que as marcas que gostaria de deixar não eram bem essas, só peço que lembre das marcas que realmente trouxeram felicidade, das marcas que deixei com todo o amor que é possível sentir, as marcas que fazem a vida valer a pena, sempre!

Mas as melhores marcas que ficaram mesmo são as que eu consegui deixar dentro de mim. Se sou igual a todo mundo e só aprendo na base da porrada, tudo bem, já aprendi. Aliás, estou aprendendo, muito! Aprendi a ser mais tolerante, a não esperar tanto dos outros, quando na verdade a única pessoa que não pode me decepcionar, sou eu mesma. Aprendi, mais uma vez, que quando você muda o resto do mundo também muda.

Tô conhecendo uma Ana Paula totalmente diferente, desprendida, desencanada, otimista, feliz! Mas principalmente conheci uma Ana Paula que me deu orgulho, uma Ana Paula forte. Mas não como antes, de achar que seria capaz de passar por qualquer provação. Essa é diferente, é forte mesmo!

Descobri que não sou absoluta na sua vida, mas sou necessária! Descobri que posso viver sem você, mas eu não quero!E tudo isso acalmou meu coração de criança. Esse coração que é capaz de tanto amor que... vixi, nem dá pra medir! rs

Te amo e sei que você é meu caminho. Me deixa ser sua luz e nunca mais terá medo!

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Talvez...


Estou só, mas me sinto tão bem. O que eu queria fica pra próxima, quem sabe na próxima eu me sinto bem. Também ficou pra próxima a vontade de te ver, mas queria que estivesse comigo pra podermos deixar pra próxima o desejo de estarmos juntos.

Em pleno movimento, estou aqui, parada, esperando. Esperando a próxima vez que essas pessoas vão resolver falar sobre o que lhes faz bem. Agora percebo que talvez não esteja tão só como antes. Não é você, mas parece que neste momento está fazendo parte da minha vida.

Em pleno movimento, aqui parada, esperando, sinto que gostaria de fazer parte dessa vida e me sentir bem, mas me sinto bem...

Talvez na próxima poderei fazer parte dessa vida e me sentir bem, mas estou com fome.

Pouco tempo se passou mas parece uma eternidade e tanto tempo ainda tem pra passar, que percebo que ficarei aqui, em pleno movimento, parada, pro resto da minha vida, ou até o tempo acabar, o telefone tocar, as palavras existirem e você chegar, se você quiser se sentir bem assim, como eu ou se apenas quiser ficar aqui, como eu, parada, em pleno movimento.

Talvez você não queira.

Em pleno movimento, parada, penso como seria se eu estivesse fazendo parte dessa vida. Talvez estaria bem, sem fome, sem pensar no tempo ou no fim do tempo. As pessoas mudam e eu continuo em pleno movimento, parada. Talvez seja o momento de me levantar e achar que meu tempo acabou, mas não posso.

Imagino que o tempo é relativo, e só me resta o resto do tempo que falta pra poder me levantar e ter certeza que o tempo que restava realmente acabou.


Depois de toda essa loucura, vou me sentir bem, sem fome, sem medo, sem dor e sem tempo. Ou posso continuar parada, em pleno movimento e deixar tudo isso pra próxima.


Essas alucinações, como bem disse a sábia oriental, foram escritas há muito tempo atrás, num lugar muito, muito distante... rs

quarta-feira, 4 de junho de 2008

(re)Começo

Finalmente, entrei no mundo dos blogueiros... pode parecer meio clichê dizer uma coisa dessas, mas acho q essa bagaça vai mudar a minha vida! Se não mudar a vida, pelo menos o meu mundo vai ficar um pouquinho diferente. Meu maior problema em ter um blog (por isso demorei tanto a fazê-lo) é que frequentemente tenho esgotamentos criativos... rs
Em compensação, às vezes, tenho rompantes de criatividade que até parece que não sou eu... então, pretendo mostrar aqui, um pouco de quem não sou!

Pra começar:

Algemas da paixão. Será?
Por que será que as pessoas, algumas pelo menos, teimam em dizer
que namoro é prisão? Ou então que é a sentença de morte (pra se enforcar no casamento)? Durante quase 7 anos (namorando a mesma pessoa), Luana nunca teve essa sensação, talvez por sempre achar que o relacionamento não é um contrato, com cláusulas, regras e cobranças. Por outro lado, Roberto já ouviu aquele comentário clássico: "Nossa! Você é muito novo pra se prender!". Claro, que depois de um comentário desse, veio uma crise. A "síndrome dePeter Pan", bem comum nos dias de hoje, que se caracteriza pelo medo de crescer e assumir as responsabilidades que isso acarreta. Mas não foi suficiente pra destruir o que havia sido construído. Se a pessoa não tiver o mínimo de confiança e certeza de seus sentimentos, ela acaba sucumbindo a essa pressão. Pra começar, se você gosta de sair, dançar, conhecer pessoas, se divertir,não vai arrumar um(a) namorado(a) que fique enfurnado dentro de casa todosos finais de semana. Aquela velha história de que os opostos se atraem, parece não ser muito verdadeira. Alguma semelhança tem que ter, senão o caldo entorna! Calma, não queremos aqui, dar a receita de como ser feliz no amor (mesmo porque essa receita não existe, pode acreditar!), só algumas dicas ou constatações baseadas no amor de Luana e Roberto. Os apaixonados de hoje estão com a péssima mania de achar que o namoro continua nos mesmos moldes de antigamente, em que existia um certo machismo, a mulher não tinha tanta liberdade e que as pessoas tinham que perder sua individualidade para manter uma relação. É óbvio, que num relacionamento deve-se abrir mão de certas coisas e relevar outras, mas ninguém é obrigado a seguir algum padrão. Um dos fatores mais importantes é dar o devido valor ao namoro... Quando nossa amiga Luana começou a achar que sem ele não conseguiria viver, a luz do perigo acendeu. Dá pra perceber que quando a pessoa coloca seu
relacionamento acima de qualquer coisa, inevitavelmente, acaba perdendo sua personalidade, se afasta dos amigos, deixa de fazer as coisas que gosta, de ir aos lugares que freqüentava antes e passa a viver em função da vida do outro, faz coisas que não gosta só para agradar. E não é bem assim que a banda toca. Colocar sua felicidade inteiramente nas mãos do outro(a), pode parecer ultra-romântico, mas além de demonstrar fraqueza e baixa auto-estima, pode se transformar num peso nas costas do eleito. Isso ela aprendeu rápido. Mas Luana cometeu outro grande erro... Achou que tinha encontrado o príncipe encantado, quando na verdade todos cometem erros e têm imperfeições. O senhor garboso montado num cavalo branco, definitivamente, não existe. E quando ela aprendeu a também abrir mão de algumas expectativas para lidar com uma pessoa real, percebeu que Roberto era perfeito... Pelo menos pra ela. A história dos dois é longa, mas já dá para ter uma noção de que namoros, casamentos e afins não precisam, nem devem ser encarados como prisão. A história de Roberto e Luana é longa, cheia de nuances, aventuras, dramas, mas o principal: cheia de respeito, confiança e muito, mas muito bom humor. Afinal, você já viu alguma pessoa mal humorada se dar bem no amor ou ser sempre lembrada nos programas entre amigos? Portanto, vá logo mudando essa cara e encarando o namoro de uma outra maneira. Se as coisas irão mudar depois do casamento, isso já é uma outra história...