quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Quem não fui

Há muito tempo a Ana (dona do blog) vem me cobrando um texto pra postar aqui... Talvez porque ela ache que eu escrevo bem... Mas no fundo é porque muitas vezes isso aqui fica meio abandonado... hehehe

Eu demorei pra escrever porque não sabia o que escrever, quer dizer, eu tenho muitas coisas pra falar (escrever no caso), queria compartilhar muita coisa com o mundo (o mundo é muita gente eu sei... Mas escrever é uma forma de desabafar também, uma forma de por pra fora), compartilhar ideias e histórias, principalmente histórias.

Acho que esse é um vício meu, coleciono histórias, não importa se são contadas boca a boca, se são contadas nas páginas dos livros ou dos gibis ou se são contadas por filmes nos cinemas ou no aparelho de DVD do meu quarto...

Mas pra esse primeiro post eu refleti um pouco sobre o nome do blog “quem não sou ainda”... E fiquei pensando em quem eu ainda não sou. Essa é uma pergunta que eu não soube responder... Na verdade eu não sei o que eu “serei” só sei quem eu deixei de ser... E é engraçado pensar nas pessoas que deixamos de ser nesses anos que passam cada vez mais depressa.

Fiquei lembrando de alguns momentos da minha vida em que decisões por mais simples e porque não dizer bobas, eu deixei de ser alguém, não só deixei de ser como me tornei alguém diferente por decisões simples e bobas também (conseguiram me entender?).

Na quinta série eu deixei de ser namorado da menina mais bonita da escola (na minha opinião) porque não tive coragem de pedi-la em namoro, uma coisa boba vocês podem pensar, mas e se eu que sempre fui apaixonado por ela (pelo menos até o colegial) tivesse tido a coragem necessária e ela ter aceitado (como eu tenho certeza que teria feito)? Hoje talvez eu não estaria escrevendo esse texto, pelo menos não contaria essa história, quer dizer eu me tornaria namorado dela e talvez tivéssemos casado (exagero meu talvez).

De qualquer forma, isso me faria ter continuado naquela escola para fazer o colegial ao lado da “minha namorada” e não teria ido pra São Paulo estudar em um Colégio com curso Técnico, não teria me apaixonado pelo curso de “Comunicação”, não teria estudado “Rádio e Tv” nem teria feito “Cinema”, quem sabe hoje eu seria um professor da escola pública?!

Mas essa é só uma hipótese, quando eu fui estudar em São Paulo pra fazer curso técnico, eu me inscrevi pra fazer um curso que se chamava “Informática Industrial”, era o que eu queria fazer na época. Queria mexer com hardware, nunca fui muito bom em programação (na verdade nem consegui instalar o Windows no meu micro), bom resumindo... a turma não fechou, não vingou porque só tinham umas 8 pessoas interessadas e não era um número suficiente.

Então como eu já tinha tomado pau em “Processamento de Dados” eu fui fazer a outra opção que tinha no colégio que era “Comunicação”... Foi aí que eu descobri o que gostaria de fazer para o resto da minha vida, queria ficar dentro de um estúdio e gravar, mexer com câmeras e luzes, com edição e produção, fazer as coisas acontecerem pra entreter as pessoas que param na frente da TV e dedicam o seu tempo ao que está passando dentro daquela “caixa mágica”.

Então quer dizer, se a turma de “Informática Industrial” tivesse existido, mas uma vez eu não estaria aqui escrevendo isso, poderia estar dentro de um laboratório desenvolvendo um novo super processador e ganhando muito dinheiro (risos).

É incrível como o “acaso” às vezes decide o nosso futuro, quando eu saí da creche e estava com idade pra ir pra escola primária, minha mãe resolveu que iria me colocar no prezinho primeiro porque eu ainda não tinha idade pra ir pra primeira série (ela diz que era por causa da idade, mas eu acho que foi por causa da maturidade). Mas isso me deixou um ano atrasado na escola, na verdade atrasado não é bem a palavra, eu deixei de ficar um ano adiantado!

Isso fez com que eu entrasse na faculdade com 18 anos, fez com que eu estudasse com pessoas que hoje são meus melhores amigos e também fez com que eu conhecesse uma garota incrível que é um ano mais velha e que entrou na faculdade com 1 ano de atraso porque resolveu “descansar” entre o final do colegial e o início da faculdade.

Quer dizer, acho que o nosso destino já estava mesmo traçado, mas talvez se minha mãe tivesse me colocado direto na primeira série, essa garota não tivesse dado esse tempo de descanso e nos encontraríamos do mesmo jeito, mas isso realmente não sei responder a vocês, na verdade como eu disse “eu não sei quem eu ainda não sou”, mas sei quem eu deixei de ser e tenho orgulho da pessoa que me tornei hoje.


Escrito por Carlos Gaspar Jr.

Natal

Você já se perguntou onde é o seu lugar no mundo?

Bom essa é uma pergunta que eu sempre me faço nas festas de família. Sempre fico perdido tentando ser engraçado pra achar o meu espaço entre tantas pessoas que parecem ter tanto em comum, e que se conhecem há anos...

Fico sempre me escondendo, tentando fazer algo que ninguém perceba pra que não perguntem onde eu estou e nem se preocupem se eu comi ou não (mães e tias sempre têm dessa: “eu não vi você comer nada!”)

É estranho se sentir um peixe fora d’água dentro da sua própria família, quer dizer são pessoas que te viram nascer e crescer (isso porque eu sou um dos caçulas), mas mesmo assim sinto que elas não sabem nada sobre mim... Tipo minha música ou o meu filme favoritos, não sabem que eu tenho uma banda, que eu adoro correr (é por uma bermuda um tênis e sair por aí correndo).

Elas não sabem dos meus problemas ou não se interessam por que livro eu estou lendo agora ou quais eu já li... Sei que também não sei nada sobre elas, mas uma família é exatamente isso, um grupo de pessoas que no fundo, bem no fundo, só têm um laço sanguíneo em comum.

Escrito por Carlos Gaspar Jr.

Era uma vez uma estrela...

Remela nos olhos, a cabeça descabelada, o pijama de florzinha... Mal tinha acabado de acordar e já sabia bem o que queria: brincar! E quando começava ela podia ser quem quisesse e como quisesse, vestida de bailarina, ou de aventureira, ou de professora, ou de astronauta, ou simplesmente vestida de mamãe. Pequenina, quase como suas bonecas, ela viajava e era uma pessoa diferente todo dia.

E ela sonhava, ria, cantava, falava sozinha... Opa, sozinha não! Ela falava com os brinquedos e eles respondiam. Sim, eles respondiam.

De manhã tinha a pausa na brincadeira pra mamadeira (ta, ela foi escrava da mamadeira até os 7 anos e o que é que tem? Oras...). Enfim, depois de ter o seu momento bebê em frente à tv, vendo desenhos e propaganda de brinquedos ela voltava pro quarto. Voltava a sonhar. Voltava a rir, cantar e a falar sozinha.

Ela tinha a coleção inteirinha das Chuquinhas. Bonecas pequeninas, com uma cabeça enorme, roupinhas de florzinha (assim como seu pijama), berços, cestinhos, cavalinhos, balancinhas... Sim, tudo no diminutivo. Assim como a garotinha: inha! Ela também tinha a coleção dos pôneis, e muitas bonecas, tinha boneca que se bronzeava de verdade, que andava, que falava, que fazia pipi, que comia papinha, que soltava bolinha, que andava de bicicleta, que tinha cheirinho bom, que tinha cabelo colorido...

Mas o tempo passa tão rápido. Outra pausa já se anunciava: teria que tomar banho, se aprontar, saborear uma deliciosa omelete de espinafre (que deixava ela forte como o Popeye), escovar os dentes e ir pra escola. E ela gostava de estudar (ta, no prézinho não se estuda efetivamente, é mais brincadeira que estudo, mas mesmo assim ela gostava).

Às vezes, na escola, a garotinha se pegava pensando numa estrelinha. Uma estrela diferente, azul e vermelha, que a fazia sonhar, rir, cantar e falar sozinha. Essa estrela transformou a vida de muitos pequeninos como ela. Ainda bem que naquela época não tinha computador. A estrela brilhava, e muito!

Na volta da escola tinha cheiro de bolo de chocolate da vovó e mais sonho! A ideia era correr pro quarto e continuar a brincadeira. E como testemunhas: o robô Artur, os bonequinhos do Comandos em Ação de seu irmão, o Falcon, o ferrorama, o pula-pirata, o jogo da operação, o aquaplay, o boca rica, a pipoqueira, o vire a mesa, o pega-pulga, o He-man, o pogobol, o tapa certo, o pega varetas e tantos outros...

A coleção das chuquinhas a garota guardou com muito carinho por muitos anos. Mas ela cresceu e achou que não tinha mais idade pra ter bonecas, ela já era uma mocinha e boneca era coisa de criança. Mas ainda bem que aquela criança dentro dela não morreu, ainda está bem viva e guardou todas as doces lembranças num lugarzinho bem especial. Afinal, toda criança que viveu na década de 1980, tem uma Estrela dentro do coração!




domingo, 27 de dezembro de 2009

A vida é mesmo coisa muito frágil

Só mesmo algo tão profundo como a reflexão sobre a morte pra fazer eu me mexer e botar esse blog pra funcionar de novo! Aos parcos leitores disso aqui, peço desculpas. Mas prometi pra mim mesma que não vou deixar mais isso acontecer...

No fundo esse blog serve mais como psicanálise grátis do que como um lugar que alguém pode usar pra mostrar algum talento (confesso que quando leio alguns textos que escrevi sinto que até tenho um pouquinho, mas na maioria das vezes, me acho meio normalzinha demais pra escrever, mas enfim, sou uma daquelas pessoas que tentam).

Quase nunca tive medo da morte.

Na verdade tive contato direto com a morte poucas vezes. Meu avô paterno (o materno, não tive a honra de conhecer nessa vida), minha madrinha querida (que sofreu muito com um câncer danado), um tio descendente de alemães com russos que tinha jeito de bravo, era bravo, mas comigo era um doce (tenho ótimas lembranças dele e tento esquecer que ele também sofreu com câncer), um vizinho querido (que parecia mais avô que vizinho, e nem era tão vizinho porque morava na rua de trás da minha casa, mas parecia mais avô porque ele me tratava bem. Ele se chamava Seu Zezé, e quando pequena eu achava mesmo que ele era meu: Meu Zezé).

E por fim, minha amada vózinha (que era bem rabugenta pra uma avó, mas cuidava de mim e do meu irmão com muito carinho, com direito a omelete de espinafre e bolo de chocolate. Sinto pena pelos meus irmãos mais novos não a terem conhecido).

Só contei as mortes que mexeram realmente comigo. Mas de uma forma ou de outra, foram mortes normais (estranho dizer isso). Os cinco já eram mais velhos e tinham alguma doença quando receberam o beijo daquela que bota medo em muita gente.

Pois é, e eu quase nunca tive medo.

Todo mundo sabe que a única certeza da vida é a morte (clichezão total, mas é verdade), mas ainda não aprendemos a lidar direito com ela. Acho que é porque nos apegamos tanto a tanta gente que fica difícil imaginar que aquela pessoa que te faz tão bem um dia, sem mais nem menos pode não estar mais ali. E o que vai ficar é só saudade...

Estranho!

A vida é estranha e a morte muito mais! Num minuto sou eu e no minuto seguinte posso ser só uma lembrança.

Quase nunca tive medo da morte. Sempre imaginei que vou morrer bem velhinha, de velhice mesmo. Não quero morrer jovem. Fico pensando que se eu morrer jovem a vida vai continuar e eu não vou estar nela pra viver tudo o que eu quero.

O problema é que nos apegamos à vida e é difícil abrir mão do que se gosta. Nos apegamos às pessoas, mas não pensamos que a única pessoa que temos certeza que vai passar todo o tempo conosco somos nós mesmos.

Mas hoje tive um pouquinho de medo da morte.

Fiquei sabendo que um colega da minha turma de pós-graduação recebeu o tão temido e esperado beijo, nessa noite num acidente de carro. Ele só tinha 25 anos... Tão jovem. A vida vai continuar e ele não vai estar mais nela pra realizar tudo o que ele queria.

Estranho!

Tô sentindo medo, não tanto por mim, apesar de não querer ir embora logo (dona Morte, me deixe ficar velhinha), mas pelas pessoas que eu tanto amo. Me apeguei... E vai ser bem difícil ver algum deles partir, ainda mais se forem jovens.

Fiquei com medo de não ter tempo de dizer tudo o que se tem que dizer pra quem a gente ama. Fiquei com medo de perder alguém pra Morte depois de ter deixado palavras ásperas pra esse alguém.

Não nos damos conta, na maior parte do tempo que a palavra tem muito poder, e às vezes, deixamos palavras feias pelo ar... Não damos o devido valor pra cada momento especial ou não.

Não nos damos conta de que a vida é uma só (pelo menos com a consciência que temos nessa vida) e nem que ela é uma grande aventura e ficamos preocupados com as coisas erradas.

Damos valor pra tanta coisa torta que perdemos os sentidos pras coisas certas.

Vou tentar. Prometo pra mim mesma que vou tentar viver essa vida de agora como deve ser vivida. Afinal, a vida é uma fagulha e como diz o poeta: “a vida é mesmo coisa muito frágil”.


LUZ!

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Não conta pra ninguém

Como diria o Boris: isso é uma vergonha!

Não dá pra deixar passar batido. Segue uma lista com os senadores que aparecem como beneficiários de nomeações em seus gabinetes ou que assinaram (ou seja, foram coniventes) atos secretos criando cargos e privilégios, que por incrível que pareça não beneficia quem realmente importa (pra nós, só teoricamente).
O fato dessa lista conter tantos nomes, indica que a prática não era tão secreta assim.
Essa sujeira só apareceu agora, mas já tá debaixo do tapete há muito tempo. A investigação revelou que os caras têm essa feia mania de fazer as coisas por baixo dos panos desde 1995.
O engraçado (ou trágico) da história é que caras como Romeu Tuma (corregedor), Heráclito Fortes (que é o responsável pela comissão que mostrou a sujeira que tá embaixo do tapete) e Cristovam Buarque (que “mete o pau” no presidente Sarney a todo momento) estão com os respectivos nomes na lista.

É clichê e piegas falar isso, mas é bom se lembrar de não votar nesses caras na próxima eleição:

Senadores beneficiados por atos secretos

Aldemir Santana (DEM-DF)
Antonio Carlos Júnior (DEM-BA)
Augusto Botelho (PT-RR)
Cristovam Buarque (PDT-DF)
Delcídio Amaral (PT-MS)
Demóstenes Torres (DEM-GO)
Edison Lobão (PMDB-MA)
Efraim Moraes (DEM-PB)
Epitácio Cafeteira (PTB-MA)
Fernando Collor (PTB-AL)
Geraldo Mesquita (PMDB-AC)
Gilvam Borges (PMDB-AP)
Hélio Costa (PMDB-MG) licenciado (ministro)
João Tenório (PSDB-AL)J
osé Sarney (PMDB-AP)
Lobão Filho (PMDB-MA)
Lúcia Vania (PSDB-GO)
Magno Malta (PR-ES)
Marcelo Crivella (PRB-RJ)
Maria do Carmo (DEM-SE)
Papaléo Paes (PSDB-AP)
Pedro Simon (PMDB-RS)
Renan Calheiros (PMDB-AL)
Roseana Sarney (PMDB-MA) renunciou para assumir o governo do MA
Sérgio Zambiasi (PTB-RS)
Serys Slhessarenko (PT-MT)
Valdir Raupp (PMDB-RO) licenciado (ministro)
Wellington Salgado (PMDB-MG)

Senadores que assinaram atos secretos quando integravam a Mesa Diretora da Casa

Antonio C. Valadares (PSB-SE)
César Borges (PR-BA)
Eduardo Suplicy (PT-SP)
Garibaldi Alves (PMDB-RN)
Heráclito Fortes (DEM-PI)
Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR)
Paulo Paim (PT-RS)
Romeu Tuma (PTB-SP)
Tião Viana (PT-AC)

terça-feira, 23 de junho de 2009

Hoje estou vestida de...

Nada. Acho que tô pelada. O mundo me obriga a pensar tanto a todo o momento que tô quase tendo uma síncope e não consigo me vestir de nada... Nem de saudade, nem de raiva, nem de tristeza, muito menos de alegria.
É tanta coisa pra se pensar e pra tentar resolver que até esse blog fica abandonado. No fim, nem ele consegue se vestir de nada.
Assunto não falta. Isso é verdade. Mas o problema é que não consigo me vestir pra escrever sobre algo interessante (se é que um dia eu já escrevi sobre algo interessante).
Continuo sendo um filé (segundo 3 “pedreiros” no ônibus outro dia). Poderia falar sobre isso, de novo, mas roupa repetida é tão chato e as pessoas percebem.
Poderia falar sobre o Sarney. Daria pra escrever um livro falando das peripécias secretas (nem tanto) desse político amado, idolatrado, salve, salve!
Se o problema do mundo fosse só o Sarney, estaríamos no paraíso. Tudo bem que a família toda do cara estaria no comando, mas mesmo assim não seria de todo ruim.
Quando o assunto é política, conteúdo pra conversa não falta mesmo. Cada dia um protagonista diferente pra mesma história mal contada. Hoje o protagonista da vez (dividindo os holofotes com o senhor bigodinho maneiro do Maranhão e com todos os outros) é o agraciado Agaciel (li isso em algum lugar e achei engraçado) que tem o dom de aumentar o próprio salário secretamente. Além de outras centenas de coisinhas que ele fez achando que ninguém ia descobrir. Ou vai ver ele sabia que iríamos descobrir, mas assim como a maioria de lá, tá se lixando pros eleitores.
E o senhor bigodinho maroto, diante de todas essas tramóias, diz que não foi eleito pra limpar o lixo das cozinhas da “casa”. Imagina, se ele vai limpar alguma coisa? Ele manda o mordomo fazer o trabalho sujo. Ou seria chofer?
Enfim, daria pra escrever vários posts sobre a política brasileira. Mas a roupa acabaria desbotando de tanto uso.
Poderia falar da greve da USP e da falsa democracia que aqueles estudantes arruaceiros tanto pregam, mas o assunto da conversa não deixaria de ser política e a roupa teria o mesmo desbotado velho.
Poderia falar do mais novo fenômeno da televisão brasileira: “A Fazenda”. Mas putz, falar de pseudocelebridades tirando leite de vaca parece tão patético. Eu adoro essas porcarias que passam na televisão, mas daí a comentar e escrever um post sobre isso é demais!
Tem o avião que caiu, mas que quase ninguém mais lembra (além dos familiares das vítimas). Tem também a garotinha inocente que dormiu durante uma sessão de tatuagem (mesmo isso sendo humanamente impossível, a não ser que o cidadão seja muito macho ou tome um tarja preta) e acordou vendo estrelas.
No fim tem tanta coisa pra se falar, mas eu tô tão pelada que esse é um post sem assunto. Hoje tô vestida de nada.
Mas como tudo muda, acabei de me vestir de raiva. Ninguém merece ouvir tal pérola da música brasileira. Tá. Me entrego. Tô repetindo a roupa, porque já escrevi um post sobre música ruim. Mas essa merece outra citação nesse blog.
“Eu aposto que as suas noites vão ser longas e vazias”.
Esse é aquele cara que não sabe dar um tapa na saudade e aposta “que sua paz vai revirar com a saudade / seu coração vai descobrir toda verdade/ na minha falta, vai buscar ajuda em Deus”.
Deus, me socorre! Sei que sou uma boa garota, que faço minhas tarefas com alegria, que respeito os mais velhos, sou carinhosa e educada com as pessoas e que sou movida à música, mas esse tipo de música não dá!
“Me diz o que é que eu faço?”
Uma música ruim tem o dom de nos desviar a atenção. Nem um moreno, alto, bonito e sensual na minha frente agora seria capaz de tirar esse gosto horrível de música brega! Afe! E viva o Sarney! Prefiro política!

Melhor banda do mundo!

Em show inusitado, Pato Fu mostra alegria intacta

Tiago Agostini

O hall de entrada de um shopping center às 12h30 do primeiro domingo do inverno talvez não seja o local ideal para um show de rock. Na verdade, o inusitado do local e o horário desfavorável fazem até pensar que o público ou será pequeno e composto por curiosos que apenas passam pelo local a caminho, provavelmente, da praça de alimentação. Mas o cenário é completamente diferente e os quatro andares que dão visão para o palco (mesmo que algumas pessoas consigam ver apenas alguns fios de cabelo da vocalista) estão tomados por fãs que fazem os versos mais conhecidos ecoarem. Não é por menos. Estamos diante da melhor banda de rock em atividade no país, o Pato Fu.

Lá se vão 16 anos que Fernanda Takai (voz, violão), John (guitarra) e Ricardo Koctus (baixo) lançaram seu primeiro disco, Rotomusic de Liquidificapum. De lá para cá, a banda cresceu e hoje conta com Xande (bateria) e Lulu Camargo (teclado), mais sete discos de estúdio e um ao vivo foram lançados. John se tornou um dos principais produtores do país, Ricardo e Fernanda lançaram seus discos solo, eles fizeram shows pelo Japão e, principalmente, cravaram alguns dos hits mais marcantes dos anos 1990 no rock nacional (qualquer pessoa sabe os poucos versos de “Sobre o tempo”, por exemplo).

Foi principalmente isso que se viu em uma hora e meia de show: os principais hits da banda, sem canções obscuras ou surpresas no repertório (“Gimme 30”, a única do disco de estreia, foi a exceção que confirmou a regra). Estiveram presentes “Perdendo dentes”, “Eu” – quando a banda resolveu fazer um pouco de “barulho gostoso”, nas palavras de Fernanda - , “Antes que seja tarde”, “Made in Japan” e “Canção pra você viver mais”.

Os pedidos incessantes da plateia por “Pinga” não surtiram o efeito desejado. Com a palavra, Fernanda Takai: “Nós tínhamos um pacto com o Los Hermanos: eles não tocavam 'Anna Julia' e a gente não tocava 'Pinga'. Eles voltaram a tocar a música e, veja só, a banda acabou.” Para encerrar a primeira parte, “Depois”, a intitulada canção mais fofinha da banda. Para o bis, “Woo” (a canção com o refrão mais fácil de Minas Gerais) e “Uh, uh, uh, la, la, la, ie ie”.

O Pato Fu diminuiu bastante a frequência de seus shows, muito em função da agenda mais lotada de Fernanda. Mesmo assim, continuam com uma das melhores apresentações do rock nacional. Mesmo em um show menos ousado como esse, fica nítido que a banda conseguiu atravessar toda sua carreira com uma dignidade poucas vezes vista no cenário brasileiro. Mesmo quando soam extremamente pop, eles não perdem a originalidade e, em cima do palco, parecem sempre ser aqueles mesmos jovens que pulavam por todo palco do Domingão do Faustão há quase 15 anos. Os anos passaram, os cabelos caíram ou embranqueceram, os filhos vieram, mas a alegria continua ali, intacta.

http://musica.ig.com.br/noticias/2009/06/22/em+show+inusitado+pato+fu+mostra+alegria+intacta+6870926.html

domingo, 17 de maio de 2009

Oras bolas

Hoje senti gosto de infância e também fui atacada por duas bolas de bilhar, uma branca e uma vermelha. Que significado será que tem isso? Será que as cores têm algo a ver com sinais do universo pra mim? Bola vermelha é sinal de perigo e a bola branca significa paz na vida.
Se é tão profundo assim eu não sei, só sei que tenho que me lembrar de não passar mais na frente daquele bar. Já vi que eles não sabem jogar sinuca. Estão precisando aprender com quem entende.
Qualquer dia vou lá dar umas aulinhas. Nos meus tempos áureos, em que eu praticava com certa frequência, eu era chamada de filha do dono do bar.
Mas isso não importa, o que importa é que eu tava no lugar “certo”, na hora “certa” e tomei uma bolada na canela. E ainda tive que ouvir do tiozão do bar: minha nossa, pega a bola aí!
Ele ficou com medo da coitadinha ser atropelada por algum carro.
Que mania feia ter medo e que mania mais feia ainda de começar um post e só terminar duas semanas depois...
Nem lembro mais que importância isso tem, oras bolas!
Ah tá... As tais bolas de bilhar... Isso me faz lembrar das coisas que eu vejo todos os dias pelos caminhos que eu sempre tenho que fazer pra ir de onde eu guardo as minhas coisas pra onde eu vou todos os dias pra conseguir dinheiro pra comprar mais coisas.
Lembrei dele... Todo dia ele tá lá, me esperando. Eu sei que o tempo dele só passa por mim. Ele já decorou meus passos, já conhece metade do meu guarda-roupa e já sabe que meu descanso será bom, porque é isso que ele deseja todos os dias, de segunda a sexta-feira.
E eu sei, que às segundas-feiras, quando muitas vezes eu não passo ele fica triste.
Sei que quando eu tô chegando seu rosto se ilumina e lá do fundo ele arranca sempre as mesmas palavras: “Boa noite! Bom descanso!”.
E eu descanso em paz no lugar que tô usando temporariamente pra guardar minhas coisas.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

A cada novo take da minha vida sinto um fiozinho de esperança. Sinto como se estivesse começando a cena principal, aquela que vai mudar completamente o rumo da história. Mas aí neste exato momento, vem o diretor e grita: COOORTA!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

O cheiro do ralo

Ontem eu senti cheiro de frio! Muito estranho... Porque frio, até onde eu sei, é uma coisa que não tem cheiro de nada. Mas enfim, senti o tal cheiro. E era gostoso. Tinha cheiro de nostalgia misturado com chocolate quente pra esquentar, afinal tava frio.
Eu também senti o cheiro do ralo. Não, não é um trocadilho pra contar que assisti ao filme “O Cheiro do Ralo” com o Selton Mello, já vi faz tempo. Aliás, vale a dica.
O cheiro do ralo a que me refiro é o cheiro de verdade que vem do ralo. Muito ruim, por sinal. Cheiro de bosta.
Em janeiro nos mudamos (o setor de comunicação) da loja de Brás Cubas pro escritório de MKT e RH na incrível Ferraz de Vasconcelos. Em Brás Cubas tínhamos o problema com a Internet que dava tilt direto, era um transtorno, mas nada comparado ao cheiro do ralo.
Belo dia (não tão belo, pois caiu o mundo), depois da queda do mundo, os ralos dos banheiros transbordaram e ficamos, literalmente, na merda! Foi um pandemônio. Galera correndo pra tirar os móveis da mira da água suja e correndo pra roubar botas que ficam no almoxarifado (usadas pelo setor de frios) pra poder fazer o serviço sujo. Bota o rodo na merda e põe essa água fedida pra fora. Depois de enfrentar uma rampa em frente ao banheiro, que dá pra cozinha e pra porta da garagem, conseguiram tirar toda a água. Enfim, saímos da merda.
Mas como alegria de peão dura pouco, algumas semanas depois o ralo transbordou outra vez. E outra vez, e outra vez. Finalmente, na véspera da sexta-feira santa, que nesse caso transcorreu com um belo aroma de cocô fedido (existe cocô cheiroso? enfim...), a coisa ficou feia de vez. Ficamos sem banheiro. Nada de beber água e muito menos ter dor de barriga. O negócio foi usar o banheiro do tiozão do lanche do outro lado da rua.
Mas se fosse só esse o incômodo, estaríamos no paraíso. O cheiro do ralo continuou nos matando silenciosa e lentamente.
Finalmente, resolveram resolver o problema sem depender da SABESP (que, aliás, funciona perfeitamente mal, nesse caso não temos como recorrer à concorrência). E pra resolver era só quebrar o escritório inteiro. Tudo bem! Peão nasceu pra isso. Pra aguentar o cheiro do ralo, o barulho e a poeira. Tudo isso sem poder dar uma mijadinha.
Aguentamos firmes, porém não tão fortes até a hora que a chefe resolveu dispensar todo mundo da tarefa de aguentar a britadeira, as marretadas, o pó, a falta de banheiro e o cheiro do ralo.
Resolveram o problema. Por enquanto. Vamos torcer pra que na próxima chuva nada aconteça e eu continue sentindo apenas o agradável cheiro do frio.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Só tendo “saco de Bernardino” II – a missão

Acho que fiquei de mal com o mundo. Tenho mais motivos pra ficar feliz do que pra me desmotivar (vai entender), mas sei lá, quanto mais tento engolir o mundo, mais ele se afasta e me mostra uma careta estranha.
Bom, um dos motivos que pode me fazer mais feliz do que triste (afinal, é melhor ser alegre que ser triste), é que o problema descrito no post anterior finalmente foi resolvido (pelo menos aparentemente).
Como ninguém entrou em contato comigo pra eu ouvir as benditas gravações liguei de novo e já fui logo pedindo pra falar com o supervisor. Chutei o pau da barraca. “É isso aí, minha filha! Chama logo seu supervisor porque se até agora nenhum mero atendente resolveu meu problema, quero falar com o chefão! Não to com paciência e meu saco de Bernardino ta cheio com outras coisas”.
No fim a atendente me pediu pra eu explicar o problema e disse que ia falar com o supervisor. Deve ter ido falar com o dono da empresa, porque a ligação durou, pasmem II - o retorno, 1 hora e 9 minutos. No fim ela resolveu meu problema, mas pra garantir fiz a garota repetir mais de 3 vezes que tinha resolvido.
Dois dias depois alguém da empresa de telefonia me ligou e disse que chegará uma nova conta com os dois pacotes de DDD devidamente descontados. Ótimo! Fiquei tranqüila e feliz, afinal é um problema a menos. Mas catso!!! Que merda!
O mundo continuou a porcaria que sempre foi! Sim, resolvi ficar de mal com o mundo. Não vejo a hora de 2012 chegar quando o pessoal do meu planeta vai vir pra me buscar. Cansei desse mundo, cansei dessas pessoas, cansei dessa hipocrisia de ter que ficar medindo cada pensamento e cada palavra com medo de magoar ou ferir o orgulho de alguém. Simplesmente cansei!
Cansei de ter que complicar, só porque o mundo é complicado, quando posso muito bem fazer o mais simples.
Não! Não vou até aí! Só vou se eu quiser e quando tiver vontade. Não me venha com essa arrogância de achar que devo fazer do seu jeito, só porque você pensa que é uma pessoa foda! Você não é, nem nunca foi foda. Um dia quem sabe você chega lá. Mas por enquanto, vou ficar aqui. Não vou!
Não vou fazer as vontades do mundo nem mudar meu jeito com medo de magoar as pessoas. Cansei. Cansei de ser a boazinha, a certinha, a menina inteligente, decidida e forte que sempre tem que saber o que quer. Cansei de me esforçar pra descobrir o que eu quero. Sou mais que uma vontade e to de saco cheio! Cansei...

quinta-feira, 19 de março de 2009

Só tendo "saco de Bernardino"

Vou estar escrevendo esse post pra estar contando pros senhores o que andei passando com a empresa de telefonia celular que está sendo proprietária do meu “passe” nesse momento (não sou jogadora de futebol nem atriz da Globo, mas sei que se quebrar o contrato terei que estar pagando multa).
Ta, que novidade! Reclamação de empresa de telefonia... Tal empresa é a líder em reclamações no Procon e provavelmente terá mais uma na imensa lista.
Fui fazer o favor de mudar meu telefone pra pós-pago há um tempo, pra evitar a chateação do “Seu Nonô” (apelido dado carinhosamente, pela minha mãe, ao meu pai) com a conta do telefone de casa. Aliás, o valor da conta não diminuiu depois que eu parei de usar o telefone doméstico, portanto a culpa pelas altas cifras não era minha.
Pois então, pra ser “dona do meu nariz” resolvi que pagaria minha própria conta. O problema é que qualquer imprevisto com essa conta quem tem que resolver também sou eu. Não quis virar gente grande? Agora aguenta!
Aguenta os atendentes de telemarketing que teimam em falar no gerúndio. “Senhora Ana Paula, só um minuto por gentileza?! Vou estar verificando a situação para a senhora!”. “Sim”. Espera, espera, espera, espera mais um pouco, mais um tiquinho... “P... não tem nenhuma musiquinha nessa espera telefônica? Fico no vácuo mesmo?”. Sem resposta. Tudo bem, meu nome não é Ana Paula, é Paciência!
Haja saco e paciência! A sorte deles é que além da paciência também herdei o “saco de Bernardino”. Bernardino era um primo do meu pai que teve caxumba e a caxumba desceu pro saco (acreditem, isso não é lenda). Bernardino tinha um sacão. Tanto que as calças dele eram todas adaptadas com um cavalo maior que o normal. Ah, e ele montava. Não em cavalos, mas em búfalos! Sim, Bernardino criava búfalos e quando os montava tinha q colocar, gentilmente, seu saco pro lado! Sensacional e ao mesmo tempo assustador! Então, toda vez que tenho que aguentar algo absurdo digo que tenho “saco de Bernardino”.
Mas voltando à conta do celular. Esse mês veio um pacote de 15 minutos de DDD com o 15 no valor de 15 reais e 2 centavos. Lógico que eu liguei pro super-serviço de telemarketing da empresa pra reclamar e tirar esse pacote da minha conta. Não uso DDD e não vou pagar 15 reais por algo que não uso certo? Certo. Liguei.
Fui atendida por um rapaz “feliz” que, obviamente, falou no gerúndio e pediu gentilmente pra eu esperar um minuto, mas no fim a ligação durou, pasmem, 15 minutos! Concluí que o número de minutos do pacote que vem errado na conta é o tempo de espera no telefone. Tem lógica! Ainda bem que vieram só 15 minutos, imagina se vem um pacote de 90 minutos?!
“Senhora Ana Paula! Obrigado por ter aguardado, vou fazer a contestação e em 5 dias úteis chegará uma conta corrigida com uma nova data de vencimento”. “Ah Wesley, que bom, obrigada”. No final ainda tive que atribuir uma nota ao atendimento. Dei um 7. Poderia ter dado mais, pelo fato do garoto ter resolvido o meu problema com tanta educação, mas poxa, esperei 15 minutos. No fim fiquei satisfeita e achei incrível não terem criado mais problemas.
Eu disse fim? Hahaha né? Sim, estava muito bom pra ser verdade. Esperei sentadinha os 5 dias úteis, a conta não veio e no lugar me mandaram um torpedo dizendo que não constava o pagamento da conta. Lá vai a Ana ligar de novo. E esperar de novo. E se estressar de novo. Dessa vez a atendente disse que não tinha como o “Wesley” ter feito a contestação porque tinha o registro de um pedido desse tal pacote de DDD em janeiro.
Quer dizer, eu pedi o pacote (mesmo não tendo ninguém de outra cidade pra ligar) porque não tenho onde gastar meu rico dinheirinho e ninguém me avisou. Das duas uma: ou eu tava bêbada ou estou tendo lapsos de memória.
Lá vai a Ana pedir a gravação da conversa que teve com o “Wesley – o atendente feliz do mês”. “Ah, e também quero a gravação desse suposto pedido”. “Senhora, preciso do número do protocolo da ligação”. “Taqueopariu (ta, não falei palavrão, mas tive vontade). Como vou saber o número do protocolo se não fiz pedido nenhum?”. “Ta senhora, vou estar verificando”. Espera, espera, espera... “Tudo bem, tenho um ‘saco de Bernardino’ mesmo e não tenho o que fazer”. Só sei que a ligação caiu e entrou a gravação pedindo pra eu atribuir uma nota ao atendimento. Ah, não tive dúvidas! Depois de 25 minutos de ligação, dei zero. Poderia ter dado mais... Poderia? Acho que não.
Lá vai a Ana ligar outra vez. Agora quem atende? “Enoque” (é assim que escreve?). Falei pra ele: “Parabéns!!! Você foi o escolhido pra atender uma pessoa muito estressada”. Quando você fala assim, a pessoa já te trata de outra forma.
O que f... a vida é ter que explicar a história tooooda mais uma vez. “Senhora, um minuto por gentileza?! Vou estar verificando”. “Só mais um minuto”. “Obrigado por ter aguardado, mas infelizmente estamos com falha no sistema, vou pedir para a senhora ligar mais tarde”.
Lá vai a Ana no dia seguinte continuar a “Saga do pacote de DDD”. Falei com o Gustavo, simpático até. Lá vai a Ana explicar outra vez toda a história. “Senhora, a atendente fez o pedido das gravações e em 10 dias úteis alguém entrará em contato para a senhora ir numa loja mais próxima e ouvir a gravação”. “Ok, muito obrigada”.
Daqui 10 dias (úteis) veremos no que deu essa longa história. Só sei que enquanto espero tenho que pagar pelo pacote que não é meu. Paciência... E saco! De Bernardino.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Não quero mais o marrom

Resolvi mudar a cara desse blog. Aquele marrom-cor-de-papel-de-parede-da-casa-da-vovó me enjoou. Resolvi deixar mais limpo, mais claro e coloridinho. Que é exatamente como eu quero minha vida a partir de agora, limpa, clara e colorida!
Sei que é meio utopia de gente romântica demais pensar assim, mas me enchi dessa vida triste e marrom. Coitado, o marrom não tem culpa de ser marrom. Mas ao contrário do marrom, que não pode ser verde ou azul, eu posso muito bem mudar minhas cores como e quando bem entender.
Não sei como me deixei influenciar e ir ficando marrom aos pouquinhos. Fui negligente, mas só percebi que a coisa tava ficando marrom há pouco tempo. E ingênua, achei que continuava cor-de-rosa. Mas cor-de-rosa é tão chato. É tão... rosa! Mas marrom é bem pior.
A partir de agora prefiro a coisa colorida! Com vários tons, várias nuances e tomando cuidado pra não ficar numa só cor por muito tempo. E de preferência que não seja mais marrom. Quando a vida ta com uma cor confortável, a gente acaba se acomodando.
Às vezes, quando a gente ta vermelho, não consegue perceber outras cores que podem passar na nossa frente e só vê vermelho. A gente só perceberia outra cor se fosse uma cor berrante, chamativa.
Pura cegueira momentânea de gente acomodada.
A partir de agora quando passar um tom de amarelo bem claro vou fazer o possível pra prestar atenção e absorver um pouco dessa cor pra minha vida. E aquele azul marinho, o claro e o laranja com preto, que combina com qualquer coisa.
Percebi que não preciso de uma mudança muito grande logo de cara pra me sentir viva, mutante.
O amarelo clarinho também pode mudar a vida. Não só a cor berrante e chamativa.
Pronto! Ta decidido. Quero o colorido, o simples, o claro e o comum. Mas também quero ser um pouco mais anormal do que já sou. Quero que minha vida continue exatamente do jeito que ela é, mas também quero que mude tão depressa que não tenha nem tempo de ver a paisagem. Mas também quero parar e contemplar a paisagem.
Quero ver sempre as mesmas pessoas e quero ter certeza de que quando me der tristeza, angústia ou medo vou poder me agarrar a essas pessoas. Também quero poder me agarrar a outras pessoas que aparecerem no meu caminho.
E também quero o branco. Ah, o branco. Como disse o poeta / mestre da farinha: “com o branco não tem meias palavras, ou ta limpo ou não ta”. Quando quiser ser branco terei certeza que estarei limpa e clara. Mas quando o branco já não for mais branco, quero ser preto!
Preto é nada, e nada também é bom! Preto é bom. Preto é ausência. Ausência de cor. Mas também pode preencher e chamar a atenção do distraído desavisado.
Também quero ter o direito de sentir ausência, de me sentir vazia e de me sentir preto. Mas, nunca, de jeito nenhum, quero me sentir marrom outra vez!

domingo, 1 de fevereiro de 2009

O Curioso Caso de...

"Algumas pessoas nascem para sentarem na beira do rio... Algumas são atingidas por raios... Algumas têm ouvido para música... Algumas são artistas... Algumas nadam... Algumas entendem de botões... Algumas conhecem Shakespeare... Algumas...são mães...e... Algumas pessoas...dançam..."

“Nossas vidas são definidas pelas oportunidades, mesmo aquelas que perdemos.”

"Para as coisas importantes,
nunca é tarde demais,
para sermos quem queremos.
Não há um limite de tempo, comece quando quiser.
Você pode mudar ou não.
Não há regras.
Podemos fazer o melhor ou o pior.
Espero que você faça o melhor.
Espero que veja as coisas que a assustam.
Espero que sinta coisas que nunca sentiu antes.
Espero que conheça pessoas com diferentes opiniões.
Espero que viva uma vida da qual se orgulhe.
Se você achar que não tem,
espero que tenha a força para começar novamente."

...Benjamin Button

O curioso caso da menina que tem um blog, mas não posta!

Vou ter que começar esse post com um palavrãozinho, se me derem licença: caráleo! Faz tempo que não escrevo aqui hein?! Ê Ana, displicente que só! Fiz um blog pra colocar as idéias que me atormentam diariamente ou que me fazem feliz, pra esvaziar ou dividir com alguém que esporadicamente lê isso aqui, e não consigo!
Pra falar a verdade, talvez, se eu tivesse feito isso, agora estaria melhor. Cheguei mesmo a ponto de explodir! Explodir de verdade, parecia que ia voar pedacinhos de Ana por todo lado.
Agora tô mais tranquila e continuo pensando como nunca. Essa semana foi a semana pra pensar, pensei tanto, que percebi que sempre falta alguma coisa pra se pensar. Tem tanta coisa mudando tão depressa que não tô conseguindo acompanhar, e por isso tenho a impressão de que nada mudou!
Aconteceu muita coisa desde o último texto! Natal, réveillon, férias, volta ao trabalho, mudança do estúdio da Rádio pro escritório da chefe, marmita (pois é, definitivamente sou peão), consegui ler 3 livros, assistir muitos filmes... Coloquei temas aqui pra muitos posts, talvez eu fale do natal, do réveillon, das férias, da volta ao trabalho, da mudança, das marmitas, dos livros, mas hoje tô com vontade de falar dos filmes.
Isso! Comecei a escrever achando que ia falar alguma coisa pra desabafar e afastar de vez toda essa coisa desconcertante de explodir, mas acho que quero suavizar.
Um dos filmes que tava doida pra ver era “O Dia em que a Terra Parou”, puta divulgação, propaganda do caramba em cima do negócio, Keanu Reeves estrelando a bagaça, logo pensei: “puuuuuta mano, esse filme deve ser bom hã?”. Taqueopariu (vários palavrõezinhos neste post), que merda de filme! É uma baita história, que aliás já foi retratada várias vezes em outros filmes, de “invasão” alienígena (apesar de eu acreditar e nesse filme eles mostrarem que como em “Guerra dos Mundos” eles já estão aqui), mas que se perdeu completamente. Tenho que confessar que sonho com o dia em que nossos amigos “verdinhos” se revelarão aqui e outros virão com suas naves pra fazer a limpa no nosso planeta. Aliás, demorou hein?! Esse mundo tá precisando muito de uma faxina!
Mas enfim, eu disse que sonho com esse dia né? Não no sentido de desejar (também, vai), mas no sentido de sonhar mesmo, dormindo. Já sonhei várias vezes, e em algumas delas parecia mais pesadelo que outra coisa, mas todos os sonhos foram muito mais emocionantes que esse filminho aí. Só por Deus! Não, nem por Ele, não vou colocar o coitado nesse rolo. Ele fez os homens, deu inteligência e livre arbítrio pras pessoas virarem cineastas e fazerem umas porcarias que nem essa! (rsrs)
Bom, filme ruim também vale a pena assistir. Te lembra que, definitivamente, o mundo não é perfeito!
Por outro lado filmes como “O Curioso Caso de Benjamin Button”, te lembram que o mundo ainda tem conserto e que ainda há a luz no fim do túnel. Um dos filmes mais belos que já vi. Aliás, neste momento da minha vida ele tá no topo da lista.
É a melhor dica que posso dar, assista! Com o coração aberto! Apesar de ser um daqueles filmes que podem gerar um certo preconceito, afinal é uma história estranha com um galã de Hollywood (que tem fama de ser bonito, porém nem tão talentoso) e que à primeira vista pode parecer banal, mais um pra arrecadar os milhõezinhos e deixar o galã mais rico. Mas surpreende! O filme e o ator. Brad Pitt mostrou que sabe fazer o trabalho dele direitinho. A história do bebê que nasceu velho e rejuvenesceu ao longo da vida é de uma delicadeza e te ensina tanta coisa.
Vale a pena. Entrar no cinema de um jeito e sair melhor! No meu caso, com lágrimas nos olhos (apesar de não ser difícil me fazer chorar).
Concordei com a lição do filme: a vida não é medida em minutos, mas sim em momentos!
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