Ano de eleição é sempre igual: Os políticos se atacam e os eleitores tentam se lembrar da vida pregressa de seus candidatos. Mas dizem que brasileiro tem memória curta. Prova disso, são políticos envolvidos em escândalos, mas que sempre voltam ao poder.
Outra característica que faz com que o povo brasileiro tenha a fama de esquecer rápido das coisas é que a maioria dos eleitores não se lembra nem em quem votou na última eleição. Pesquisas do IBOPE, de 2008, apontaram que 7 em cada 10 eleitores não se lembram quais foram seus escolhidos nas últimas visitas às urnas.
E pra te ajudar a se lembrar foi criado, pelo Diário do Comércio, o Museu da Corrupção, com um “acervo” dos maiores escândalos brasileiros desde 1960. Segundo o diretor do jornal, criador e responsável pelo projeto, Moisés Rabinovici, a ideia surgiu “a partir da constatação do óbvio: a cada novo escândalo de corrupção que chega aos jornais, o escândalo anterior é sempre relegado ao esquecimento. No Diário do Comércio ficamos incomodados. E esse incômodo foi o embrião do que é hoje o Museu da Corrupção, MuCo”.
Com projeto arquitetônico de Rodrigo de Araújo Moreira, o museu online possui um saguão principal onde você encontra várias salas com alguns clássicos, como o escândalo da família Sarney, o Valerioduto, as acusações contra Paulo Maluf e tantos outros.
O responsável pelo museu conta que a busca por todo material em exposição é feita diariamente e que estão buscando o histórico da corrupção desde o descobrimento do Brasil com os primeiros portugueses. Pra isso eles têm uma pesquisadora que se dedica todo o tempo a essa tarefa.
“O material chega a nós, abundante. Nem dá tempo para pequenas reformas. A garimpagem é diária, e a cada dia acrescentamos mais material ao nosso acervo, como um conta-gotas. Os anos 2000, até hoje, temos completos, atualizados.”, explica Moisés.
O MuCo foi projetado por um arquiteto de verdade, mas existe somente online. No entanto, já aconteceram exposições físicas no Centro Acadêmico XI de Agosto, da escola de Direito da USP, outra em Araçatuba e em Brasília, mês passado, no Tribunal de Contas da União (TCU) durante um seminário realizado para marcar o Dia Mundial de Combate à Corrupção, em 9 de dezembro.
Nesta última exposição o museu estreou sua maquete, feita sob a supervisão do arquiteto Rodrigo Araújo Moreira, autor do projeto arquitetônico do MuCo.
Tudo acaba em pizza?
No museu não poderia faltar a pizzaria, já que a maioria dos casos na política brasileira quase sempre acaba em pizza. No cardápio a pizza Sarney, Banestado, Mensalão, Bingos e outros sabores um tanto quanto indigestos, mas que fazem muito bem pra memória. A pizzaiola é a ex-deputada federal, e atual vereadora de São José dos Campos, Ângela Guadagnin que em março de 2006 protagonizou, no plenário, a dancinha da impunidade para festejar a absolvição de seu colega João Magno, envolvido no esquema do Mensalão.
O mais divertido no museu (seria mais divertido se não fosse verdade) é a loja de souvenirs. À venda: máquina de lavar dinheiro, meia com espaço pra guardar propina, camisa com colarinho branco em tecido superfaturado, passagens aéreas, grampos telefônicos e outras lembrancinhas.
O Museu da Corrupção tem um acervo muito rico e vale a pena a visita. Para Moisés o MuCo apoia o fim da impunidade e “o movimento para que os candidatos a cargos públicos, do vereador ao presidente da República, sejam submetidos ao crivo do ficha limpa, como são os consumidores quando pedem crédito. Político condenado por corrupção não deveria ser elegível, assim conquistando imunidade”.
Mas se você acha que acabou ainda tem a Casa de Ferramentas que te ajuda a chegar ao e-mail ou twitter do seu deputado ou senador pra cobrar aquela promessa feita na época da campanha eleitoral.
O endereço do Museu é: www.muco.com.br ou www.museudacorrupcao.com.br. Visite e divulgue! É seu dever como cidadão não esquecer dos casos que ferem não apenas a imagem do país, mas também o seu bolso.
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