domingo, 8 de agosto de 2010

Em cartaz nos cinemas: o 3D


Foi-se o tempo em que ver algo em 3D era coisa da imaginação, de um futuro muito distante ou privilégio de alguns parques de diversões mais modernos que contavam com atrações futurísticas. A tecnologia avançou rápido, invadiu os cinemas e em breve vai invadir a sua casa.
Na verdade, a tecnologia tridimensional é bem mais velha do que a maioria das pessoas imagina. Ela tem quase 100 anos e foi utilizada pela primeira vez no cinema, no filme The Power of Love, em 1922, mas não emplacou muito na época devido aos altos custos de produção. O recurso voltou, mais moderno, em 2005 com o pioneiro Chicken Little.
Porém, 2009 pode ser considerado como um marco da tecnologia, mais precisamente com o filme Avatar, do diretor James Cameron, que causou muita polêmica, levou milhões de espectadores aos cinemas no mundo todo, arrecadando mais de 1 bilhão de dólares em apenas 17 dias e parece ter consolidado o formato.
Tanto que a moda pegou e o que se vê são muitos lançamentos cinematográficos que utilizaram a técnica como Viagem ao Centro da Terra, Os Fantasmas de Scrooge, Era do Gelo 3, Bolt – Supercão, Como Treinar o Seu Dragão, Alice no País das Maravilhas, Fúria de Titãs, entre outros.
O sucesso de bilheteria de todos esses filmes foi tão grande que a indústria cinematográfica norte-americana viu nisso motivo de sobra para investir cada vez mais em filmes com esse recurso. Prova disso é que mais de 150 filmes em 3D estão em fase de desenvolvimento.
Mesmo porque com a pirataria e a facilidade de baixar um filme na internet e assistir em casa, o número de pessoas que ia aos cinemas diminuiu muito fazendo com que as produtoras de filme (re) criassem mecanismos para atrair o público novamente às salas de cinema.

Entenda como funciona

A tecnologia é cara e é preciso muito investimento para a produção de um filme com esse formato. Pra se ter uma ideia, o Avatar foi o mais caro da história do cinema, com um custo de aproximadamente 500 milhões de dólares. Por outro lado, o filme fez tanto sucesso que se tornou a quarta maior bilheteria de todos os tempos em apenas 3 semanas.
Pra se fazer um filme como esse, que misturou computação gráfica com atores reais, as técnicas utilizadas são caras mesmo. É necessário o uso de equipamentos, câmeras diferentes das convencionais, mais tempo e atenção aos detalhes do que nos filmes comuns. Além, é claro, de salas com projetores e sistema de som especiais.
O segredo é usar os óculos para enganar o cérebro. É isso mesmo. Na captação das imagens são usadas duas câmeras separadas pela mesma distância dos nossos olhos (pra entender melhor, olhe para algum objeto e compare as imagens que enxerga com cada olho). Essa diferença cria a noção de profundidade e quando essas duas imagens são projetadas na tela de maneira mais rápida que o normal, os óculos com lentes polarizadas ajudam na tarefa, ou seja, uma lente identifica os raios de luz verticais e a outra os horizontais. Assim, cada olho só recebe a imagem de um dos projetores, e o cérebro soma as duas visões simulando relevos e volumes tridimensionais.

Cinema em casa

Parece que a tecnologia voltou para “salvar” a indústria do cinema e acabar de vez com a pirataria não é mesmo? Mas ao que parece, não é bem assim. Os televisores 3D chegaram ao mercado esse ano. Aí os downloads piratas vão entrar com força no mundo tridimensional.
Esses aparelhos ainda custam muito caro, assim como os ingressos do cinema 3D, mas em breve o custo ficará menor e a aquisição muito mais viável. Portanto, os pessimistas podem dizer que o cinema está com os dias contados. Por outro lado, também diziam que o rádio morreria com o surgimento da TV e o cinema sobrevive há um século como uma das opções de lazer mais queridas no mundo todo. Afinal de contas, ir ao cinema é muito legal. Em 3 dimensões então, melhor ainda! Agora vamos ver o que falta inventar.

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