sábado, 23 de agosto de 2008

Vestidos de tristeza...

"Às vezes, a vida vai insistir em te trazer coisas que você não quer vestir..."
(Angelo Marcos Pavan)

Era um milagre, uma vida, pequenina, frágil, na verdade ainda nem era bem uma vida, era quase, mas já era dona de um poder transformador. E já era digna de tanto amor, de tanto carinho, de tanta espera e de tanta entrega que nem dá pra medir. Foi o amor que surgiu entre duas pessoas. Depois de um tempo, de tentativas e vontades, os dois viraram um só. Quanta felicidade e mais amor.
Já tava tudo pronto, a casa, o quarto, a vida, a alma e o coração. Mas não era a hora, ela ainda não tava pronta. E o céu, que antes era azul, colorido com um arco-íris, se pintou de cinza. E a vida, que tava quase se completando, ficou faltando um pedaço. Na alma, surgiu um buraco, e no coração uma dor indescritível.
Não dá pra descrever, porque nunca senti. Mas consigo imaginar, já que esse é um dos maiores sonhos da minha vida. Sentir a vida. Uma coisinha tão pequena, mas com uma força gigantesca. Consigo imaginar como é sentir a vida e ter essa sensação arrancada de você na mesma proporção em que surgiu. Acho que consigo imaginar como é ver tudo mudando, tudo se transformando, esperar, se entregar e no fim ver tudo isso sumir.
Agora tá tudo tão diferente. O céu não tem mais a mesma cor. A vida perdeu o sabor, o coração, que já tava completo, com todos os espaços preenchidos, ficou sem saber o que fazer sem aquele pedacinho e a alma que antes sorria, agora chora...

(não consegui terminar, faltaram as palavras...)

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

De volta à malhação

Mais de um mês sem aparecer por aqui... Tava precisando colocar minhas idéias no lugar (desculpa de quem não sabia o que dizer). Agora acho que dá pra contar as histórias que sucederam desde o dia da mulher no futebol. Tirei férias depois de muitos anos trabalhando, fazendo freelas por aí e de 1 ano de trabalho registrado e assalariado, gozei, merecidamente de 10 dias de descanso (o resto tiro depois). Comecei a pintar a tatuagem que tô fazendo nas costas, agora tenho duas flores, mas ainda falta uma parte. Fizemos uma festa juLina na minha casa, com direito a fogueira e tudo. E finalmente, fiz aniversário.
Até tive inspiração pra escrever aqui nesse dia tão importante, mas meu inferno astral não deixou, fiquei sem coragem.
Tô chegando nos 30, e isso começou a me assustar. Não pela idade em si, mesmo porque me sinto com 20 (rs), mas porque comecei a perceber que por mais que minha cabeça ainda seja muito jovem, meu corpo já começa a dar sinais de vida, de 27 anos de vida... E aquela gordurinha que não se acumulava começou a chamar minha atenção. Não que eu esteja um bagaço, pelo contrário, o desastre aqui é muito menor, ainda tem salvação, mas pela primeira vez em muitos anos a ficha realmente caiu de que meu metabolismo já não é mais o mesmo de 7 anos atrás.
Então, depois de muita enrolação (quase um ano), finalmente entrei na academia. Tenho que agradecer a Dani, ela me encheu tanto o saco pra eu começar que isso me deu mais coragem, afinal, começar a malhar sozinho é meio chato. Enfim, fui avaliar o meu físico pra saber como estou e que exercícios posso fazer. E não é que tive uma surpresa um pouco desagradável? A avaliadora descobriu que estou com a pressão alta, justo eu, que só de ficar um pouco no sol ou de ver uma agulha a pressão já cai... Isso realmente me assustou. Também descobri que minha flexibilidade está péssima, que tenho poucas, mas algumas, chances de sofrer alguma doença do coração, que tenho 35% de gordura no corpo, tenho que emagrecer pelo menos 2 quilos e que tenho um centímetro a mais na bunda. Pois é, agora são 1 metro e dois... mais uns 17 centímetros e eu viro a mulher melancia!
Tudo isso eu tiro de letra, sei que com o metabolismo acelerado e algumas sessões de drenagem linfática vou conseguir perder e nunca mais recuperar esses quilinhos, essas gordurinhas e essa porcentagem maldita.
Mas o que tá tirando o meu sono é essa tal de pressão arterial sistólica e diastólica. Dos males, o menor. Agora sou quase uma especialista em pressão, sei tudo, termos técnicos, causas, doenças que ela pode acarretar e meios pra fazer a bichinha baixar. Sabia que potássio é bom pra quem tem pressão alta? É verdade. E dá-lhe banana, tô me entupindo da fruta. E aferindo a pressão como nunca.
A tiazinha da farmácia já não agüenta mais ver minha cara. Tenho que monitorar quase diariamente essa bendita pressão que teima em ficar nas alturas. Já marquei cardiologista, mas tenho que esperar até outubro (bendito plano de saúde). Mas tudo bem, enquanto espero tô descobrindo um mundo cheio de possibilidades, com camas elásticas, esteiras, pesos, bikes que não saem do lugar, morros, músicas contagiantes, muitas risadas, professores sarados (mentira hahahaha) e corpos doloridos no dia seguinte. Hoje, por exemplo, se alguém pedisse pra eu trocar alguma lâmpada, responderia com toda educação: “hoje não, Márcio”. O bichinho não tá conseguindo fazer movimentos que demandem muito esforço, só o básico e olhe lá.
Mas fazer o que, essa é a parte ruim (que logo passa) de deixar a vida sedentária pra trás. Afinal, com a pressão sistólica ou a diastólica alta, não se brinca. E eu que pensei em malhar pra dar tchau pro tchauzinho e endurecer essa bunda pra mais de metro, tô tendo que me preocupar com a saúde em primeiro lugar (isso até parece slogan de plano de saúde, mas não do meu).
A tiazinha da farmácia me deu uma pista do que pode estar acontecendo. Perguntou: “você tá nervosa no trabalho, tá sem namorado, ou algo assim?”. E eu: “não, no trabalho tá tudo bem e namoro há 7 anos”. E a conclusão da sábia tiazinha da farmácia foi: “então é isso, tá precisando casar!”. Será?