quarta-feira, 24 de junho de 2009

Não conta pra ninguém

Como diria o Boris: isso é uma vergonha!

Não dá pra deixar passar batido. Segue uma lista com os senadores que aparecem como beneficiários de nomeações em seus gabinetes ou que assinaram (ou seja, foram coniventes) atos secretos criando cargos e privilégios, que por incrível que pareça não beneficia quem realmente importa (pra nós, só teoricamente).
O fato dessa lista conter tantos nomes, indica que a prática não era tão secreta assim.
Essa sujeira só apareceu agora, mas já tá debaixo do tapete há muito tempo. A investigação revelou que os caras têm essa feia mania de fazer as coisas por baixo dos panos desde 1995.
O engraçado (ou trágico) da história é que caras como Romeu Tuma (corregedor), Heráclito Fortes (que é o responsável pela comissão que mostrou a sujeira que tá embaixo do tapete) e Cristovam Buarque (que “mete o pau” no presidente Sarney a todo momento) estão com os respectivos nomes na lista.

É clichê e piegas falar isso, mas é bom se lembrar de não votar nesses caras na próxima eleição:

Senadores beneficiados por atos secretos

Aldemir Santana (DEM-DF)
Antonio Carlos Júnior (DEM-BA)
Augusto Botelho (PT-RR)
Cristovam Buarque (PDT-DF)
Delcídio Amaral (PT-MS)
Demóstenes Torres (DEM-GO)
Edison Lobão (PMDB-MA)
Efraim Moraes (DEM-PB)
Epitácio Cafeteira (PTB-MA)
Fernando Collor (PTB-AL)
Geraldo Mesquita (PMDB-AC)
Gilvam Borges (PMDB-AP)
Hélio Costa (PMDB-MG) licenciado (ministro)
João Tenório (PSDB-AL)J
osé Sarney (PMDB-AP)
Lobão Filho (PMDB-MA)
Lúcia Vania (PSDB-GO)
Magno Malta (PR-ES)
Marcelo Crivella (PRB-RJ)
Maria do Carmo (DEM-SE)
Papaléo Paes (PSDB-AP)
Pedro Simon (PMDB-RS)
Renan Calheiros (PMDB-AL)
Roseana Sarney (PMDB-MA) renunciou para assumir o governo do MA
Sérgio Zambiasi (PTB-RS)
Serys Slhessarenko (PT-MT)
Valdir Raupp (PMDB-RO) licenciado (ministro)
Wellington Salgado (PMDB-MG)

Senadores que assinaram atos secretos quando integravam a Mesa Diretora da Casa

Antonio C. Valadares (PSB-SE)
César Borges (PR-BA)
Eduardo Suplicy (PT-SP)
Garibaldi Alves (PMDB-RN)
Heráclito Fortes (DEM-PI)
Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR)
Paulo Paim (PT-RS)
Romeu Tuma (PTB-SP)
Tião Viana (PT-AC)

terça-feira, 23 de junho de 2009

Hoje estou vestida de...

Nada. Acho que tô pelada. O mundo me obriga a pensar tanto a todo o momento que tô quase tendo uma síncope e não consigo me vestir de nada... Nem de saudade, nem de raiva, nem de tristeza, muito menos de alegria.
É tanta coisa pra se pensar e pra tentar resolver que até esse blog fica abandonado. No fim, nem ele consegue se vestir de nada.
Assunto não falta. Isso é verdade. Mas o problema é que não consigo me vestir pra escrever sobre algo interessante (se é que um dia eu já escrevi sobre algo interessante).
Continuo sendo um filé (segundo 3 “pedreiros” no ônibus outro dia). Poderia falar sobre isso, de novo, mas roupa repetida é tão chato e as pessoas percebem.
Poderia falar sobre o Sarney. Daria pra escrever um livro falando das peripécias secretas (nem tanto) desse político amado, idolatrado, salve, salve!
Se o problema do mundo fosse só o Sarney, estaríamos no paraíso. Tudo bem que a família toda do cara estaria no comando, mas mesmo assim não seria de todo ruim.
Quando o assunto é política, conteúdo pra conversa não falta mesmo. Cada dia um protagonista diferente pra mesma história mal contada. Hoje o protagonista da vez (dividindo os holofotes com o senhor bigodinho maneiro do Maranhão e com todos os outros) é o agraciado Agaciel (li isso em algum lugar e achei engraçado) que tem o dom de aumentar o próprio salário secretamente. Além de outras centenas de coisinhas que ele fez achando que ninguém ia descobrir. Ou vai ver ele sabia que iríamos descobrir, mas assim como a maioria de lá, tá se lixando pros eleitores.
E o senhor bigodinho maroto, diante de todas essas tramóias, diz que não foi eleito pra limpar o lixo das cozinhas da “casa”. Imagina, se ele vai limpar alguma coisa? Ele manda o mordomo fazer o trabalho sujo. Ou seria chofer?
Enfim, daria pra escrever vários posts sobre a política brasileira. Mas a roupa acabaria desbotando de tanto uso.
Poderia falar da greve da USP e da falsa democracia que aqueles estudantes arruaceiros tanto pregam, mas o assunto da conversa não deixaria de ser política e a roupa teria o mesmo desbotado velho.
Poderia falar do mais novo fenômeno da televisão brasileira: “A Fazenda”. Mas putz, falar de pseudocelebridades tirando leite de vaca parece tão patético. Eu adoro essas porcarias que passam na televisão, mas daí a comentar e escrever um post sobre isso é demais!
Tem o avião que caiu, mas que quase ninguém mais lembra (além dos familiares das vítimas). Tem também a garotinha inocente que dormiu durante uma sessão de tatuagem (mesmo isso sendo humanamente impossível, a não ser que o cidadão seja muito macho ou tome um tarja preta) e acordou vendo estrelas.
No fim tem tanta coisa pra se falar, mas eu tô tão pelada que esse é um post sem assunto. Hoje tô vestida de nada.
Mas como tudo muda, acabei de me vestir de raiva. Ninguém merece ouvir tal pérola da música brasileira. Tá. Me entrego. Tô repetindo a roupa, porque já escrevi um post sobre música ruim. Mas essa merece outra citação nesse blog.
“Eu aposto que as suas noites vão ser longas e vazias”.
Esse é aquele cara que não sabe dar um tapa na saudade e aposta “que sua paz vai revirar com a saudade / seu coração vai descobrir toda verdade/ na minha falta, vai buscar ajuda em Deus”.
Deus, me socorre! Sei que sou uma boa garota, que faço minhas tarefas com alegria, que respeito os mais velhos, sou carinhosa e educada com as pessoas e que sou movida à música, mas esse tipo de música não dá!
“Me diz o que é que eu faço?”
Uma música ruim tem o dom de nos desviar a atenção. Nem um moreno, alto, bonito e sensual na minha frente agora seria capaz de tirar esse gosto horrível de música brega! Afe! E viva o Sarney! Prefiro política!

Melhor banda do mundo!

Em show inusitado, Pato Fu mostra alegria intacta

Tiago Agostini

O hall de entrada de um shopping center às 12h30 do primeiro domingo do inverno talvez não seja o local ideal para um show de rock. Na verdade, o inusitado do local e o horário desfavorável fazem até pensar que o público ou será pequeno e composto por curiosos que apenas passam pelo local a caminho, provavelmente, da praça de alimentação. Mas o cenário é completamente diferente e os quatro andares que dão visão para o palco (mesmo que algumas pessoas consigam ver apenas alguns fios de cabelo da vocalista) estão tomados por fãs que fazem os versos mais conhecidos ecoarem. Não é por menos. Estamos diante da melhor banda de rock em atividade no país, o Pato Fu.

Lá se vão 16 anos que Fernanda Takai (voz, violão), John (guitarra) e Ricardo Koctus (baixo) lançaram seu primeiro disco, Rotomusic de Liquidificapum. De lá para cá, a banda cresceu e hoje conta com Xande (bateria) e Lulu Camargo (teclado), mais sete discos de estúdio e um ao vivo foram lançados. John se tornou um dos principais produtores do país, Ricardo e Fernanda lançaram seus discos solo, eles fizeram shows pelo Japão e, principalmente, cravaram alguns dos hits mais marcantes dos anos 1990 no rock nacional (qualquer pessoa sabe os poucos versos de “Sobre o tempo”, por exemplo).

Foi principalmente isso que se viu em uma hora e meia de show: os principais hits da banda, sem canções obscuras ou surpresas no repertório (“Gimme 30”, a única do disco de estreia, foi a exceção que confirmou a regra). Estiveram presentes “Perdendo dentes”, “Eu” – quando a banda resolveu fazer um pouco de “barulho gostoso”, nas palavras de Fernanda - , “Antes que seja tarde”, “Made in Japan” e “Canção pra você viver mais”.

Os pedidos incessantes da plateia por “Pinga” não surtiram o efeito desejado. Com a palavra, Fernanda Takai: “Nós tínhamos um pacto com o Los Hermanos: eles não tocavam 'Anna Julia' e a gente não tocava 'Pinga'. Eles voltaram a tocar a música e, veja só, a banda acabou.” Para encerrar a primeira parte, “Depois”, a intitulada canção mais fofinha da banda. Para o bis, “Woo” (a canção com o refrão mais fácil de Minas Gerais) e “Uh, uh, uh, la, la, la, ie ie”.

O Pato Fu diminuiu bastante a frequência de seus shows, muito em função da agenda mais lotada de Fernanda. Mesmo assim, continuam com uma das melhores apresentações do rock nacional. Mesmo em um show menos ousado como esse, fica nítido que a banda conseguiu atravessar toda sua carreira com uma dignidade poucas vezes vista no cenário brasileiro. Mesmo quando soam extremamente pop, eles não perdem a originalidade e, em cima do palco, parecem sempre ser aqueles mesmos jovens que pulavam por todo palco do Domingão do Faustão há quase 15 anos. Os anos passaram, os cabelos caíram ou embranqueceram, os filhos vieram, mas a alegria continua ali, intacta.

http://musica.ig.com.br/noticias/2009/06/22/em+show+inusitado+pato+fu+mostra+alegria+intacta+6870926.html