terça-feira, 23 de junho de 2009

Hoje estou vestida de...

Nada. Acho que tô pelada. O mundo me obriga a pensar tanto a todo o momento que tô quase tendo uma síncope e não consigo me vestir de nada... Nem de saudade, nem de raiva, nem de tristeza, muito menos de alegria.
É tanta coisa pra se pensar e pra tentar resolver que até esse blog fica abandonado. No fim, nem ele consegue se vestir de nada.
Assunto não falta. Isso é verdade. Mas o problema é que não consigo me vestir pra escrever sobre algo interessante (se é que um dia eu já escrevi sobre algo interessante).
Continuo sendo um filé (segundo 3 “pedreiros” no ônibus outro dia). Poderia falar sobre isso, de novo, mas roupa repetida é tão chato e as pessoas percebem.
Poderia falar sobre o Sarney. Daria pra escrever um livro falando das peripécias secretas (nem tanto) desse político amado, idolatrado, salve, salve!
Se o problema do mundo fosse só o Sarney, estaríamos no paraíso. Tudo bem que a família toda do cara estaria no comando, mas mesmo assim não seria de todo ruim.
Quando o assunto é política, conteúdo pra conversa não falta mesmo. Cada dia um protagonista diferente pra mesma história mal contada. Hoje o protagonista da vez (dividindo os holofotes com o senhor bigodinho maneiro do Maranhão e com todos os outros) é o agraciado Agaciel (li isso em algum lugar e achei engraçado) que tem o dom de aumentar o próprio salário secretamente. Além de outras centenas de coisinhas que ele fez achando que ninguém ia descobrir. Ou vai ver ele sabia que iríamos descobrir, mas assim como a maioria de lá, tá se lixando pros eleitores.
E o senhor bigodinho maroto, diante de todas essas tramóias, diz que não foi eleito pra limpar o lixo das cozinhas da “casa”. Imagina, se ele vai limpar alguma coisa? Ele manda o mordomo fazer o trabalho sujo. Ou seria chofer?
Enfim, daria pra escrever vários posts sobre a política brasileira. Mas a roupa acabaria desbotando de tanto uso.
Poderia falar da greve da USP e da falsa democracia que aqueles estudantes arruaceiros tanto pregam, mas o assunto da conversa não deixaria de ser política e a roupa teria o mesmo desbotado velho.
Poderia falar do mais novo fenômeno da televisão brasileira: “A Fazenda”. Mas putz, falar de pseudocelebridades tirando leite de vaca parece tão patético. Eu adoro essas porcarias que passam na televisão, mas daí a comentar e escrever um post sobre isso é demais!
Tem o avião que caiu, mas que quase ninguém mais lembra (além dos familiares das vítimas). Tem também a garotinha inocente que dormiu durante uma sessão de tatuagem (mesmo isso sendo humanamente impossível, a não ser que o cidadão seja muito macho ou tome um tarja preta) e acordou vendo estrelas.
No fim tem tanta coisa pra se falar, mas eu tô tão pelada que esse é um post sem assunto. Hoje tô vestida de nada.
Mas como tudo muda, acabei de me vestir de raiva. Ninguém merece ouvir tal pérola da música brasileira. Tá. Me entrego. Tô repetindo a roupa, porque já escrevi um post sobre música ruim. Mas essa merece outra citação nesse blog.
“Eu aposto que as suas noites vão ser longas e vazias”.
Esse é aquele cara que não sabe dar um tapa na saudade e aposta “que sua paz vai revirar com a saudade / seu coração vai descobrir toda verdade/ na minha falta, vai buscar ajuda em Deus”.
Deus, me socorre! Sei que sou uma boa garota, que faço minhas tarefas com alegria, que respeito os mais velhos, sou carinhosa e educada com as pessoas e que sou movida à música, mas esse tipo de música não dá!
“Me diz o que é que eu faço?”
Uma música ruim tem o dom de nos desviar a atenção. Nem um moreno, alto, bonito e sensual na minha frente agora seria capaz de tirar esse gosto horrível de música brega! Afe! E viva o Sarney! Prefiro política!

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