segunda-feira, 20 de abril de 2009

O cheiro do ralo

Ontem eu senti cheiro de frio! Muito estranho... Porque frio, até onde eu sei, é uma coisa que não tem cheiro de nada. Mas enfim, senti o tal cheiro. E era gostoso. Tinha cheiro de nostalgia misturado com chocolate quente pra esquentar, afinal tava frio.
Eu também senti o cheiro do ralo. Não, não é um trocadilho pra contar que assisti ao filme “O Cheiro do Ralo” com o Selton Mello, já vi faz tempo. Aliás, vale a dica.
O cheiro do ralo a que me refiro é o cheiro de verdade que vem do ralo. Muito ruim, por sinal. Cheiro de bosta.
Em janeiro nos mudamos (o setor de comunicação) da loja de Brás Cubas pro escritório de MKT e RH na incrível Ferraz de Vasconcelos. Em Brás Cubas tínhamos o problema com a Internet que dava tilt direto, era um transtorno, mas nada comparado ao cheiro do ralo.
Belo dia (não tão belo, pois caiu o mundo), depois da queda do mundo, os ralos dos banheiros transbordaram e ficamos, literalmente, na merda! Foi um pandemônio. Galera correndo pra tirar os móveis da mira da água suja e correndo pra roubar botas que ficam no almoxarifado (usadas pelo setor de frios) pra poder fazer o serviço sujo. Bota o rodo na merda e põe essa água fedida pra fora. Depois de enfrentar uma rampa em frente ao banheiro, que dá pra cozinha e pra porta da garagem, conseguiram tirar toda a água. Enfim, saímos da merda.
Mas como alegria de peão dura pouco, algumas semanas depois o ralo transbordou outra vez. E outra vez, e outra vez. Finalmente, na véspera da sexta-feira santa, que nesse caso transcorreu com um belo aroma de cocô fedido (existe cocô cheiroso? enfim...), a coisa ficou feia de vez. Ficamos sem banheiro. Nada de beber água e muito menos ter dor de barriga. O negócio foi usar o banheiro do tiozão do lanche do outro lado da rua.
Mas se fosse só esse o incômodo, estaríamos no paraíso. O cheiro do ralo continuou nos matando silenciosa e lentamente.
Finalmente, resolveram resolver o problema sem depender da SABESP (que, aliás, funciona perfeitamente mal, nesse caso não temos como recorrer à concorrência). E pra resolver era só quebrar o escritório inteiro. Tudo bem! Peão nasceu pra isso. Pra aguentar o cheiro do ralo, o barulho e a poeira. Tudo isso sem poder dar uma mijadinha.
Aguentamos firmes, porém não tão fortes até a hora que a chefe resolveu dispensar todo mundo da tarefa de aguentar a britadeira, as marretadas, o pó, a falta de banheiro e o cheiro do ralo.
Resolveram o problema. Por enquanto. Vamos torcer pra que na próxima chuva nada aconteça e eu continue sentindo apenas o agradável cheiro do frio.

Nenhum comentário: