quinta-feira, 19 de março de 2009

Só tendo "saco de Bernardino"

Vou estar escrevendo esse post pra estar contando pros senhores o que andei passando com a empresa de telefonia celular que está sendo proprietária do meu “passe” nesse momento (não sou jogadora de futebol nem atriz da Globo, mas sei que se quebrar o contrato terei que estar pagando multa).
Ta, que novidade! Reclamação de empresa de telefonia... Tal empresa é a líder em reclamações no Procon e provavelmente terá mais uma na imensa lista.
Fui fazer o favor de mudar meu telefone pra pós-pago há um tempo, pra evitar a chateação do “Seu Nonô” (apelido dado carinhosamente, pela minha mãe, ao meu pai) com a conta do telefone de casa. Aliás, o valor da conta não diminuiu depois que eu parei de usar o telefone doméstico, portanto a culpa pelas altas cifras não era minha.
Pois então, pra ser “dona do meu nariz” resolvi que pagaria minha própria conta. O problema é que qualquer imprevisto com essa conta quem tem que resolver também sou eu. Não quis virar gente grande? Agora aguenta!
Aguenta os atendentes de telemarketing que teimam em falar no gerúndio. “Senhora Ana Paula, só um minuto por gentileza?! Vou estar verificando a situação para a senhora!”. “Sim”. Espera, espera, espera, espera mais um pouco, mais um tiquinho... “P... não tem nenhuma musiquinha nessa espera telefônica? Fico no vácuo mesmo?”. Sem resposta. Tudo bem, meu nome não é Ana Paula, é Paciência!
Haja saco e paciência! A sorte deles é que além da paciência também herdei o “saco de Bernardino”. Bernardino era um primo do meu pai que teve caxumba e a caxumba desceu pro saco (acreditem, isso não é lenda). Bernardino tinha um sacão. Tanto que as calças dele eram todas adaptadas com um cavalo maior que o normal. Ah, e ele montava. Não em cavalos, mas em búfalos! Sim, Bernardino criava búfalos e quando os montava tinha q colocar, gentilmente, seu saco pro lado! Sensacional e ao mesmo tempo assustador! Então, toda vez que tenho que aguentar algo absurdo digo que tenho “saco de Bernardino”.
Mas voltando à conta do celular. Esse mês veio um pacote de 15 minutos de DDD com o 15 no valor de 15 reais e 2 centavos. Lógico que eu liguei pro super-serviço de telemarketing da empresa pra reclamar e tirar esse pacote da minha conta. Não uso DDD e não vou pagar 15 reais por algo que não uso certo? Certo. Liguei.
Fui atendida por um rapaz “feliz” que, obviamente, falou no gerúndio e pediu gentilmente pra eu esperar um minuto, mas no fim a ligação durou, pasmem, 15 minutos! Concluí que o número de minutos do pacote que vem errado na conta é o tempo de espera no telefone. Tem lógica! Ainda bem que vieram só 15 minutos, imagina se vem um pacote de 90 minutos?!
“Senhora Ana Paula! Obrigado por ter aguardado, vou fazer a contestação e em 5 dias úteis chegará uma conta corrigida com uma nova data de vencimento”. “Ah Wesley, que bom, obrigada”. No final ainda tive que atribuir uma nota ao atendimento. Dei um 7. Poderia ter dado mais, pelo fato do garoto ter resolvido o meu problema com tanta educação, mas poxa, esperei 15 minutos. No fim fiquei satisfeita e achei incrível não terem criado mais problemas.
Eu disse fim? Hahaha né? Sim, estava muito bom pra ser verdade. Esperei sentadinha os 5 dias úteis, a conta não veio e no lugar me mandaram um torpedo dizendo que não constava o pagamento da conta. Lá vai a Ana ligar de novo. E esperar de novo. E se estressar de novo. Dessa vez a atendente disse que não tinha como o “Wesley” ter feito a contestação porque tinha o registro de um pedido desse tal pacote de DDD em janeiro.
Quer dizer, eu pedi o pacote (mesmo não tendo ninguém de outra cidade pra ligar) porque não tenho onde gastar meu rico dinheirinho e ninguém me avisou. Das duas uma: ou eu tava bêbada ou estou tendo lapsos de memória.
Lá vai a Ana pedir a gravação da conversa que teve com o “Wesley – o atendente feliz do mês”. “Ah, e também quero a gravação desse suposto pedido”. “Senhora, preciso do número do protocolo da ligação”. “Taqueopariu (ta, não falei palavrão, mas tive vontade). Como vou saber o número do protocolo se não fiz pedido nenhum?”. “Ta senhora, vou estar verificando”. Espera, espera, espera... “Tudo bem, tenho um ‘saco de Bernardino’ mesmo e não tenho o que fazer”. Só sei que a ligação caiu e entrou a gravação pedindo pra eu atribuir uma nota ao atendimento. Ah, não tive dúvidas! Depois de 25 minutos de ligação, dei zero. Poderia ter dado mais... Poderia? Acho que não.
Lá vai a Ana ligar outra vez. Agora quem atende? “Enoque” (é assim que escreve?). Falei pra ele: “Parabéns!!! Você foi o escolhido pra atender uma pessoa muito estressada”. Quando você fala assim, a pessoa já te trata de outra forma.
O que f... a vida é ter que explicar a história tooooda mais uma vez. “Senhora, um minuto por gentileza?! Vou estar verificando”. “Só mais um minuto”. “Obrigado por ter aguardado, mas infelizmente estamos com falha no sistema, vou pedir para a senhora ligar mais tarde”.
Lá vai a Ana no dia seguinte continuar a “Saga do pacote de DDD”. Falei com o Gustavo, simpático até. Lá vai a Ana explicar outra vez toda a história. “Senhora, a atendente fez o pedido das gravações e em 10 dias úteis alguém entrará em contato para a senhora ir numa loja mais próxima e ouvir a gravação”. “Ok, muito obrigada”.
Daqui 10 dias (úteis) veremos no que deu essa longa história. Só sei que enquanto espero tenho que pagar pelo pacote que não é meu. Paciência... E saco! De Bernardino.

Um comentário:

Tiago Mistura disse...

Isso infelizmente é normal... mês passado veio cobrança indevida no cartão e depois de 10 números de protocolos que fiz questão de anotar,e que descobri que não serve pra nada também, resolvi pagar pra não ter que xingar ninguém do telemarketing... Como não tem órgão que fiscalize e pegue pesado com nada nesse país fica assim...