quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Quem não fui

Há muito tempo a Ana (dona do blog) vem me cobrando um texto pra postar aqui... Talvez porque ela ache que eu escrevo bem... Mas no fundo é porque muitas vezes isso aqui fica meio abandonado... hehehe

Eu demorei pra escrever porque não sabia o que escrever, quer dizer, eu tenho muitas coisas pra falar (escrever no caso), queria compartilhar muita coisa com o mundo (o mundo é muita gente eu sei... Mas escrever é uma forma de desabafar também, uma forma de por pra fora), compartilhar ideias e histórias, principalmente histórias.

Acho que esse é um vício meu, coleciono histórias, não importa se são contadas boca a boca, se são contadas nas páginas dos livros ou dos gibis ou se são contadas por filmes nos cinemas ou no aparelho de DVD do meu quarto...

Mas pra esse primeiro post eu refleti um pouco sobre o nome do blog “quem não sou ainda”... E fiquei pensando em quem eu ainda não sou. Essa é uma pergunta que eu não soube responder... Na verdade eu não sei o que eu “serei” só sei quem eu deixei de ser... E é engraçado pensar nas pessoas que deixamos de ser nesses anos que passam cada vez mais depressa.

Fiquei lembrando de alguns momentos da minha vida em que decisões por mais simples e porque não dizer bobas, eu deixei de ser alguém, não só deixei de ser como me tornei alguém diferente por decisões simples e bobas também (conseguiram me entender?).

Na quinta série eu deixei de ser namorado da menina mais bonita da escola (na minha opinião) porque não tive coragem de pedi-la em namoro, uma coisa boba vocês podem pensar, mas e se eu que sempre fui apaixonado por ela (pelo menos até o colegial) tivesse tido a coragem necessária e ela ter aceitado (como eu tenho certeza que teria feito)? Hoje talvez eu não estaria escrevendo esse texto, pelo menos não contaria essa história, quer dizer eu me tornaria namorado dela e talvez tivéssemos casado (exagero meu talvez).

De qualquer forma, isso me faria ter continuado naquela escola para fazer o colegial ao lado da “minha namorada” e não teria ido pra São Paulo estudar em um Colégio com curso Técnico, não teria me apaixonado pelo curso de “Comunicação”, não teria estudado “Rádio e Tv” nem teria feito “Cinema”, quem sabe hoje eu seria um professor da escola pública?!

Mas essa é só uma hipótese, quando eu fui estudar em São Paulo pra fazer curso técnico, eu me inscrevi pra fazer um curso que se chamava “Informática Industrial”, era o que eu queria fazer na época. Queria mexer com hardware, nunca fui muito bom em programação (na verdade nem consegui instalar o Windows no meu micro), bom resumindo... a turma não fechou, não vingou porque só tinham umas 8 pessoas interessadas e não era um número suficiente.

Então como eu já tinha tomado pau em “Processamento de Dados” eu fui fazer a outra opção que tinha no colégio que era “Comunicação”... Foi aí que eu descobri o que gostaria de fazer para o resto da minha vida, queria ficar dentro de um estúdio e gravar, mexer com câmeras e luzes, com edição e produção, fazer as coisas acontecerem pra entreter as pessoas que param na frente da TV e dedicam o seu tempo ao que está passando dentro daquela “caixa mágica”.

Então quer dizer, se a turma de “Informática Industrial” tivesse existido, mas uma vez eu não estaria aqui escrevendo isso, poderia estar dentro de um laboratório desenvolvendo um novo super processador e ganhando muito dinheiro (risos).

É incrível como o “acaso” às vezes decide o nosso futuro, quando eu saí da creche e estava com idade pra ir pra escola primária, minha mãe resolveu que iria me colocar no prezinho primeiro porque eu ainda não tinha idade pra ir pra primeira série (ela diz que era por causa da idade, mas eu acho que foi por causa da maturidade). Mas isso me deixou um ano atrasado na escola, na verdade atrasado não é bem a palavra, eu deixei de ficar um ano adiantado!

Isso fez com que eu entrasse na faculdade com 18 anos, fez com que eu estudasse com pessoas que hoje são meus melhores amigos e também fez com que eu conhecesse uma garota incrível que é um ano mais velha e que entrou na faculdade com 1 ano de atraso porque resolveu “descansar” entre o final do colegial e o início da faculdade.

Quer dizer, acho que o nosso destino já estava mesmo traçado, mas talvez se minha mãe tivesse me colocado direto na primeira série, essa garota não tivesse dado esse tempo de descanso e nos encontraríamos do mesmo jeito, mas isso realmente não sei responder a vocês, na verdade como eu disse “eu não sei quem eu ainda não sou”, mas sei quem eu deixei de ser e tenho orgulho da pessoa que me tornei hoje.


Escrito por Carlos Gaspar Jr.

Nenhum comentário: